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Mercado de crédito de carbono tem crescimento acelerado

Crescimento do setor tem incentivado toda uma cadeia de companhias envolvidas na negociação

Conjunto industrial da Rhodia, em São Paulo: menor pegada de carbono possível (dji camera/Divulgação)

Conjunto industrial da Rhodia, em São Paulo: menor pegada de carbono possível (dji camera/Divulgação)

Com a população e as empresas cada vez mais engajadas em causas ambientais, o mercado de crédito de carbono tem se mostrado promissor. De acordo com relatório divulgado pela Ecosystem Marketplace (EM), o valor das transações do mercado voluntário de carbono, que não depende de legislação, chegou à marca próxima a US$ 2 bilhões em 2021, número quatro vezes maior que o registrado no ano anterior. E para a consultoria global McKinsey, o segmento pode chegar a US$ 50 bilhões em valor até 2030.

O mercado de crédito de carbono é o sistema de compensações de emissão de carbono, o gás de efeito estufa. Empresas que não atingiram suas metas de redução de gases de efeito estufa (GEE) compram créditos daqueles que reduziram as suas emissões.  O projeto de lei 528/2, que institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), tramita na Câmara, mas ainda não tem nem previsão para ser votado.

Ainda assim, todo o crescimento mundial do setor e o fato de o Brasil, maior território Amazônico, ser uma peça globalmente importante na busca pela descarbonização tem incentivado toda uma cadeia de companhias envolvidas na negociação de crédito de carbono. São elas consultorias, certificadoras, gerenciadoras de projetos e comercializadoras. Há movimentações milionárias na área de fusões, aquisições e compras de participações. De acordo com o jornal Valor Econômico, a Carbonext recebeu em julho um aporte de R$ 200 milhões da petrolífera Shell por uma fatia minoritária e, em março, o banco Santander adquiriu 80% da consultoria WayCarbon.

A Future Carbon Group, que absorveu o time da Sustainable Carbon, começou a operar neste ano com a proposta de ser um hub de serviços financeiros ligados ao carbono. Em entrevista ao Valor, Fábio Galindo, co-CEO da Future e ex- conselheiro da Aegea Saneamento, explicou que a proposta da empresa, “que não é uma consultoria”, é ser uma desenvolvedora e negociadora de créditos de carbono, mas que “presta um serviço ecossistêmico”. Na prática, quer oferecer desde plano de gestão climática até a própria geração do crédito e sua negociação no mercado internacional – terá, por exemplo, uma mesa de trade diário de carbono e pretende.

“Toda atividade que impacte o clima e que é cobrada, seja pela sociedade, pelo mercado de capitais ou pelos próprios colaboradores, a fazer a transição para uma economia de baixo carbono é geradora de crédito em potencial”, lembra Galindo, da Future Carbon. Para ele, pela extensão geográfica, com corais, mangues e boa parte da Amazônia, além de ter indústrias relevantes e poluidoras como agronegócio, mineração e petróleo, o Brasil “é um participante naturalmente estratégico na agenda climática global”.

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