Navio operado pela Marinha abrigará cientistas nos próximos 30 dias, no litoral do Amapá. (Esfera Brasil/Divulgação)
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Publicado em 3 de abril de 2024 às 06h00.
Com o objetivo de aprofundar os estudos sobre geologia marinha da região conhecida como Margem Equatorial, uma expedição científica coordenada pela Petrobras vai passar aproximadamente 30 dias na faixa litorânea do Amapá. Além de técnicos da companhia, participam da viagem cientistas de diferentes áreas de institutos de pesquisa e universidades, que devem trabalhar na atualização de dados sobre a região.
“Futuramente aplicaremos tecnologias que foram usadas na Bacia de Santos, como inteligência artificial, drones e sensoriamento remoto para produzir conhecimento desse ambiente e compartilharmos essa oportunidade com a academia e demais instituições, especialmente com os grupos locais de pesquisa”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, por meio de comunicado.
Os estudos serão realizados com coleta de material entre 130 e 800 metros de profundidade, a cerca de 150 quilômetros da costa do Amapá. Fazem parte da expedição pesquisadores da Petrobras, do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e de dez universidades de estados que compõem a região geográfica da Margem Equatorial, além de integrantes de duas instituições de pesquisa do Sudeste. Todos reunidos no Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira, operado pela Marinha do Brasil.
Pelo comunicado divulgado por ocasião da expedição, a Petrobras afirma que o foco do trabalho dos pesquisadores enquanto estiverem na Margem Equatorial será gerar informações científicas relevantes para projetos e pesquisas acadêmicas. É esperado que os resultados da expedição permitam um monitoramento mais detalhado sobre o ecossistema e a biodiversidade local.
“A Petrobras procura, continuamente, estabelecer parcerias com instituições de pesquisa, visando a geração e ampliação de conhecimento sobre as regiões onde atua. Grande parte do conhecimento que temos hoje sobre os ecossistemas marinhos das bacias de Campos e de Santos foram viabilizados pela Petrobras. Queremos fazer o mesmo na Margem Equatorial, gerando informações científicas relevantes para nossos projetos e para pesquisas acadêmicas, contribuindo assim para a Ciência nacional”, explica Carlos Travassos, diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras.
Durante o ano passado, o debate sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas opôs alas do governo. O Ibama chegou a vetar um pedido de análise da Petrobras para que fosse verificada a existência de petróleo a 160 km da costa. O tema também foi pauta de debate em comissões do Senado entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e parlamentares. Um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) direcionou o caso para uma instância de conciliação e considerou estudos mais amplos como dispensáveis.