A Petrobras planeja um investimento de US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços na Margem Equatorial, incluindo um foco na região da foz do Amazonas (Thinkstock)
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Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 15h01.
Além de favorecer o crescimento do Amapá, a exploração de petróleo na Margem Equatorial deve contribuir para a preservação da Amazônia. É o que defende o governador do Estado, Clécio Luís, ao comentar o andamento da operação – que pode começar ainda neste ano.
“O Amapá fez todos os seus deveres de casa como o estado mais preservado do Brasil. Temos os melhores indicadores ambientais do País. Diante desse quadro, queremos também produzir riqueza para o nosso povo. Quando pensamos na Amazônia, pensamos em uma bela imagem a ser preservada, mas esquecemos que, embaixo da copa dessas árvores, moram famílias e comunidades inteiras invariavelmente na pobreza”, argumentou.
O comentário do governador foi feito em entrevista à CNN Brasil na última segunda-feira, 13. “Não estou dizendo que o petróleo vai salvar a todos, mas será mais uma matriz econômica diferente que, cumprindo todos os rigorosos critérios ambientais e somada ao financiamento de outras cadeias produtivas, vai nos ajudar, inclusive, a manter a floresta em pé e viva para sempre”, afirmou.
A fala segue uma declaração do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no dia 8 de janeiro. Ele disse ter confiança de que a exploração da Margem Equatorial será iniciada em 2025 e reforçou que a Petrobras “sanou todas as dúvidas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis [Ibama]”, acrescentando que “isso não é uma questão ideológica, e sim uma questão mercadológica.”
A região da Margem Equatorial se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Em 2024, o Ibama rejeitou o pedido da Petrobras para exploração de petróleo no local, gerando um impasse. A autarquia solicitou esclarecimentos à estatal sobre o Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF) no local para então continuar a análise.
Clécio Luís ressaltou que a Petrobras já atendeu a todos os requisitos determinados pelo Instituto. “Falta um último item, que poderia perfeitamente ter sido colocado como condicionante, que é a construção de um segundo hospital de fauna”, pontuou o governador. “Tudo que foi licitado já foi feito, os pontos pendentes já foram ajustados. Não queremos apenas ficar à mercê do tempo ou de medidas protelatórias.”
A estatal planeja um investimento de US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços na Margem Equatorial, incluindo um foco na região da foz do Amazonas. Até o momento, porém, só possui autorização para perfurar dois, localizados na costa do Rio Grande do Norte.