Para Evandro Gussi, modelo brasileiro é replicável em outros países (Esfera Brasil/Divulgação)
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Publicado em 22 de março de 2024 às 15h43.
Última atualização em 22 de março de 2024 às 16h12.
A tramitação dos projetos do Combustível do Futuro e do Programa de Aceleração da Transição Energética no Congresso, com a aprovação dos textos pela Câmara dos Deputados nos últimos dias, tem fortalecido o debate sobre formas de estimular a mobilidade de baixo carbono entre representantes de empresas, sociedade e trabalhadores do setor.
De acordo com o estudo divulgado pelo Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB), entre todos os caminhos possíveis, a combinação de biocombustíveis com elétricos nos chamados carros híbridos tende a apresentar os melhores efeitos para a economia, com diferença acumulada de R$ 2,8 trilhões no PIB em relação ao cenário que privilegia os veículos 100% elétricos.
Segundo o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia, Evandro Gussi, em 20 anos, o advento dos veículos flex representou mais de R$ 110 bilhões em economia para os motoristas, que passaram a ter a opção de escolha entre dois combustíveis. Agora, a expectativa é que a vocação brasileira na produção de etanol amplie mais uma vez as possibilidades para a indústria automotiva e toda a cadeia de fornecedores, com o fortalecimento de um novo modelo que traga resultados positivos para a sociedade.
“Esse movimento foi pensado para o Brasil. Olhar o país e vê-lo onde nós queremos que ele chegue. Em um mundo em que a transição energética é o desafio mais relevante [...] O Brasil tem um caso único e de protagonismo a apresentar. As sociedades lá fora estão pagando para a transição energética. Nos Estados Unidos, tem mais de US$ 1 trilhão do contribuinte americano, dos pagadores de impostos, sobre a mesa para subsidiar políticas públicas com destino à transição energética. Na Europa, não é diferente. Aqui no Brasil é o contrário”, apontou.
“Nós estamos gerando tributo, gerando empregos. O mundo do ‘ou’ — ou vai fazer redução de emissão ou fazer crescer a economia — no Brasil não existe. Aqui é o mundo do ‘e’: uma coisa com a outra e isso é fundamental. Esse modelo é replicável para os países mais vulneráveis do mundo. É replicável na África, na Ásia e na América Latina [...] É um momento histórico porque estamos vivendo um setor completamente unido. Toda cadeia de mobilidade está representada”, completou, durante evento realizado em Brasília no início da semana.
O Acordo de Cooperação MBCB reúne mais de 25 instituições e empresas. São elas Associação Brasileira do Biogás, Abipeças, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Alcopar, Bioind, Biosul, Bosch, Bruning Tecnometal, BYD, Conselho Nacional de Retíficas de Motores, Copersucar S.A., Cummins Inc., IndustriALL Brasil, John Deere, Mahle, MWM Motores e Geradores, SAE Brasil, Scania, Siamig, Sifaeg, Sindaçúcar-PE, Sindaçúcar-AL, Sindaçúcar, Sindalcool, Stellantis, Toyota do Brasil, Tupy, Unica - União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia, e Volkswagen do Brasil.