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Conheça a palma de óleo, planta que dá origem ao óleo vegetal mais consumido no mundo

O Brasil é o quarto maior produtor global do óleo de palma e é responsável por cerca de 2% do montante do produto; no País, Pará lidera produção

Palma de óleo é produzida apenas em áreas que foram degradadas na Amazônia até dezembro de 2007, segundo a legislação (BBF/Divulgação)

Palma de óleo é produzida apenas em áreas que foram degradadas na Amazônia até dezembro de 2007, segundo a legislação (BBF/Divulgação)

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Publicado em 2 de maio de 2023 às 10h00.

O óleo de palma está em alimentos industrializados, cosméticos, maquiagem, creme dental, sabão e outros itens de higiene. Ele ainda pode ser usado na fabricação de biodiesel e na geração de energia elétrica. Pelo menos metade dos produtos embalados nos supermercados contém óleo de palma. A estimativa é que cada pessoa consuma cerca de oito quilos do produto ao ano.

Com um uso tão versátil, esse óleo se configura como o mais consumido no mundo. Mas de onde vem esse produto que gera emprego e renda na região amazônica brasileira?

A origem do óleo de palma está no dendezeiro, também conhecido por palma de óleo, uma planta originária da região oeste do continente africano que se adapta muito bem às condições de clima e solo da Amazônia brasileira, sendo que, no País, a produção da palma está concentrada no Pará.

Uma das principais características do dendezeiro é o alto rendimento do óleo, que é superior, por exemplo, a dez vezes o obtido por tonelada de soja. Além disso, a produção da planta se dá por um longo período, chegando a até trinta anos. A colheita é manual, o que fixa as pessoas no campo.  

O Brasil é o quarto maior produtor do mundo do óleo de palma e é responsável por cerca de 2% do montante global do produto, considerado uma commodity. Só fica atrás da Indonésia, Malásia e Tailândia. O mercado mundial movimenta 22 milhões de toneladas por ano.

Veja também: Entenda o que é a rotação de culturas na produção agrícola

 

Saiba as diferenças entre as energias renováveis e não renováveis

Sustentabilidade

O grande diferencial da produção brasileira da palma de óleo está no rigor da legislação nacional. O seu cultivo segue o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo, definido pelo governo federal no Decreto 7.172 de maio de 2010. As áreas aptas ao cultivo sustentável da palma de óleo na região amazônica foram definidas em um trabalho robusto desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Considerada uma das mais severas do mundo, a legislação permite que a palma de óleo seja cultivada apenas em áreas da região amazônica que foram degradadas até dezembro de 2007. Ao todo, cerca de 30 milhões de hectares no País estão aptos a cultivar o dendezeiro, mas apenas 200 mil estão em atividade hoje.

Emprego e renda na Amazônia

De acordo com dados do relatório Fatos Amazônicos 2021, desenvolvido pela iniciativa Amazônia 2030, a Amazônia Legal tinha 28,1 milhões de habitantes em 2020, o que representa 13% da população do País. Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) da região totalizou R$ 613,3 bilhões, um pouco mais de 8% do PIB brasileiro.

A região está no centro do debate global sobre mudanças climáticas e sofre com problemas relacionados à destruição do seu patrimônio natural pelo desmatamento, baixo progresso social e subdesenvolvimento econômico. Diante desse contexto, governo, empresas e a sociedade buscam formas de garantir o desenvolvimento socioeconômico da região, mantendo a floresta em pé.

Por necessitar de mão de obra, o cultivo da palma de óleo tem um alto potencial de geração de empregos. “Nas operações da BBF, em cinco estados do Norte do País, geramos mais de 6 mil empregos diretos e mais de 18 mil indiretos. Isso faz da empresa uma das maiores empregadoras da região”, afirma Milton Steagall, CEO do Grupo BBF (Brasil BioFuels).

A Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma) defende que a palma de óleo “é uma alternativa de recomposição da cobertura vegetal que captura gases de efeito estufa e gera emprego e renda. Os trabalhadores estão protegidos por um arcabouço legal que busca garantir condições adequadas de trabalho”.

Segundo a entidade, deve ser incentivado o desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o manejo da cultura e aumentar a produtividade, mas também trazer ainda mais benefícios ambientais.

Geração de energia limpa

O cultivo da palma de óleo gera outros benefícios ao meio ambiente, como a captura do gás carbônico da atmosfera e recuperação de áreas degradadas. Há ainda o uso do óleo para a produção de biodiesel utilizado na geração de energia elétrica renovável em áreas remotas da região, que fazem parte dos sistemas isolados. Uma solução limpa e sustentável para substituir o diesel S500, um combustível fóssil altamente poluente e bastante utilizado na geração de eletricidade em localidades da Amazônia.

“O biodiesel de palma não contém enxofre, não emite substâncias cancerígenas e evita a emissão de CO2, oferecendo benefícios ambientais, sociais e à saúde pública. Outro ponto importante é que o óleo de palma também será, em breve, matéria-prima para a produção do combustível sustentável de aviação e do óleo vegetal hidrotratado, chamado de ‘diesel verde’”, destaca Steagall.

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