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Calor extremo dispara consumo de energia no Brasil e gera dúvidas sobre risco de apagões

Os picos de consumo instantâneo de energia são registrados entre 14h e 16h, intervalo em que as temperaturas atingem níveis mais altos

O calor elevado intensifica o uso de equipamentos de refrigeração, gerando uma demanda maior de energia elétrica (Paulo Pinto/Agência Brasil)

O calor elevado intensifica o uso de equipamentos de refrigeração, gerando uma demanda maior de energia elétrica (Paulo Pinto/Agência Brasil)

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Publicado em 14 de março de 2025 às 15h26.

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Com a onda de calor que se mantém desde o início de fevereiro, não foi apenas a sensação térmica que subiu – a demanda de energia alcançou recordes históricos. Informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que os picos de consumo instantâneo de energia são registrados entre 14h e 16h, intervalo em que as temperaturas atingem níveis mais altos. O calor elevado intensifica o uso de equipamentos de refrigeração, gerando uma demanda maior em residências, comércios e indústrias. 

A demanda exacerbada gera uma preocupação acerca do sistema de fornecimento de energia elétrica e se há riscos de novos apagões. Para o diretor de Regulação da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Ricardo Brandão, o cenário não é motivo para preocupação.

“Existe uma sazonalidade do consumo. A redistribuição é sempre dimensionada para o consumo máximo. Então, eu não vou ter uma preocupação de apagão dentro da área da distribuição por conta de pico de consumo, porque isso já entra no planejamento da distribuidora. O investimento é suficiente para garantir o atendimento desses números”, destaca Brandão em entrevista à Esfera Brasil.

Investimentos

O especialista reforça, ainda, que o investimento da distribuidora é suficiente para garantir o atendimento desses números. “Nós tínhamos em 2021 um investimento anual da ordem de R$ 18 bilhões. A partir de 2022, passamos para um patamar de R$ 30 bilhões anuais. E, neste ano, R$ 39 bilhões anuais”, explica.

“Estamos praticamente dobrando o valor do investimento em 2025 em relação ao ano de 2021. E nos próximos quatro anos, de 2025 até 2028, temos a expectativa de um aprimoramento de R$ 144 bilhões em investimentos, dos quais cerca de um terço são justamente em termos de melhoria e modernização da rede”, afirma. Segundo Brandão, neste quesito, as distribuidoras estão “absolutamente preparadas” para a demanda de energia em dias mais quentes – especialmente durante os horários de pico.

Tarifa

A piora das condições hidrológicas também é um fator preocupante: com os reservatórios enfraquecidos, há uma maior dependência da geração térmica – de custo mais alto – e, portanto, um risco à estabilidade do sistema, provocando dúvidas acerca de um possível aumento das tarifas de eletricidade.

“Eu não posso afirmar que vai ter um aumento na tarifa, porque isso vai depender também do regime hidrológico. E também vai depender do tipo de usina termelétrica que vai ser utilizada. Existem contratos mais antigos com usinas menos eficientes, e contratos mais recentes com usinas mais eficientes”, pondera o diretor. “O que podemos afirmar é que, sim, quando eu insiro mais fontes intermitentes, como a energia solar e eólica, por mais pré-intuitivo que seja, eu também preciso aumentar a quantidade de fonte firme, que vão ser nesse caso, provavelmente, usinas a gás natural, que, entre as termelétricas, são as mais eficientes e menos poluentes”, avalia.

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