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Baixo índice de formação técnica estimula empresa a criar programa de bolsas de estudo

Enquanto a média de jovens que têm acesso ao ensino técnico em países desenvolvidos é de cerca de 50%, no Brasil o número fica em apenas 9%

 (Carol Yepes/Getty Images)

(Carol Yepes/Getty Images)

Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada no primeiro trimestre do ano mostrou que pessoas com cursos técnicos ou profissionalizantes têm 38% mais chance de conseguir um emprego de carteira assinada do que quem completou apenas o ensino médio. O dado aponta para a relevância dos cursos de qualificação, mas ainda assim, apenas 9% dos jovens brasileiros que concluem a escola optam por obter um certificado profissionalizante. A média é de 40% nos países da OCDE, por exemplo. O baixo número nacional parece estar fazendo com que as companhias privadas invistam na profissionalização técnica na intenção de formar melhor os jovens e ainda conseguir montar seu próprio quadro de funcionários.

É o caso da Mills, líder latino-americana em locação de equipamentos. Em parceria com o Senai, a empresa irá oferecer gratuitamente bolsas em cursos técnicos de eletrotécnica e eletromecânica em diversas cidades onde a companhia atua. O programa é chamado de TransFORMAR e as vagas são abertas de forma intervalada. As primeiras turmas foram formadas em São Luís (MA), Cuiabá (MT) e Parauapebas (PA). 

No segundo ciclo, as vagas foram distribuídas por 15 cidades em diferentes Estados das cinco regiões do país: Aracaju (SE), Belém (PA), Brasília (DF), Cabo de Santo Agostinho (PE), Camaçari (BA), Contagem (MG), Curitiba (PR), Joinville (SC), Maringá (PR), Parnamirim (RN), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), Serra (ES), Uberlândia (MG) e Vitória da Conquista (BA). Em breve serão abertas vagas para uma terceira etapa.

“Sabemos que a formação técnica é um diferencial valioso para os jovens e pode significar, além do crescimento pessoal e profissional, uma mudança de vida para ele e toda a sua família. Por conta disso, o Programa Transformar representa um marco para a nossa empresa ao gerar impacto positivo para a sociedade, pois nascemos de um sonho de transformar vidas e, hoje, damos continuidade a este legado, que vai além dos produtos que oferecemos aos nossos clientes”, diz Sergio Kariya, CEO da Mills. 

Entre os pré-requisitos dos candidatos, eles precisam ser maiores de 18 anos, ter renda mensal familiar de até três salários mínimos (juntando a renda de toda família), formação em escolas públicas ou bolsista integral de escolas privadas, não ter vínculo empregatício com outra empresa e não ter outra formação técnica.

O projeto inclui um auxílio de R$ 300 por mês para cada aluno, mas não existirá vínculo empregatício. No entanto, havendo oportunidades, o aluno poderá integrar o time da Mills em estágios técnicos. 

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