Economia

Zona do euro precisa de esforço combinado para crescer mais

O FMI alertou que a zona do euro enfrenta limites de longo prazo para o seu crescimento econômico, que deve ser ainda menor que o dos EUA


	Em sua revisão anual sobre a área da moeda comum, a instituição afirmou que enquanto a situação na Grécia é "fluida" e "uma das principais fontes de incerteza", o risco de contágio diminuiu desde a crise da dívida do início desta década
 (Daniel Roland/AFP)

Em sua revisão anual sobre a área da moeda comum, a instituição afirmou que enquanto a situação na Grécia é "fluida" e "uma das principais fontes de incerteza", o risco de contágio diminuiu desde a crise da dívida do início desta década (Daniel Roland/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2015 às 12h23.

Washington - O crescimento da economia da zona do euro vai ficar ainda mais para trás que o dos EUA sem um esforço combinado para aumentar a demanda por meio de um aumento de gastos do governo, impostos mais baixos, flexibilização do mercado de trabalho e diminuição dos empréstimos inadimplentes dos bancos, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta segunda-feira.

Em sua revisão anual sobre a área da moeda comum, a instituição afirmou que enquanto a situação na Grécia é "fluida" e "uma das principais fontes de incerteza", o risco de contágio diminuiu desde a crise da dívida do início desta década.

No entanto, o FMI alertou que a zona do euro enfrenta limites de longo prazo para o seu crescimento econômico, que deve ser ainda menor que o dos EUA ao longo dos próximos cinco anos, a menos que os governos tomem medidas imediatas.

"Dada as fracas perspectivas de médio prazo, um impulso coletivo mais forte é urgentemente necessário para consolidar a recuperação, aumentar o crescimento potencial e fortalecer a resiliência da união monetária", disseram os economistas do FMI.

A economia da zona do euro voltou a crescer em meados de 2013, mas tem avançado mais modestamente desde então. No primeiro trimestre deste ano, a expansão do PIB da região foi de 0,4%, e muitos indicadores sugerem que o ritmo se manteve entre abril e junho.

Neste ritmo, o FMI avaliou que a inflação irá se manter abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de pouco menos de 2%, até 2020, enquanto o desemprego irá se manter em alta.

Já a diferença da produção per capta entre os EUA e a zona do euro já é a maior desde a implantação da moeda, em 1999, e vai aumentar ainda mais se nada for feito para impulsionar o crescimento, previu o Fundo.

Os economistas disseram ainda que o BCE deve continuar com seu programa de estímulo até setembro de 2016. "Ele pode, inclusive, precisar de ir além disso", disse Mahmood Pradhan, vice-diretor do departamento europeu do FMI.

Além disso, a instituição sugeriu que os governos aproveitem os juros baixos para aumentar os gastos e cortar impostos.

Além dessas medidas para estimular a demanda, o FMI disse que os governos devem avançar com as reformas dos mercados de trabalho, para tornar mais fácil contratar e demitir trabalhadores.

Tomadas em conjunto, a instituição prevê que essas medidas iriam aumentar o crescimento econômico para 2,7% e 3,0% para 2015 e 2016, respectivamente, de 1,5% e 1,7%, segundo a previsão para o cenário atual.

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEuropaFMIGréciaPiigsZona do Euro

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto