Bruxelas - O crescimento da Zona do Euro permaneceu estagnado no segundo trimestre, afetado pelos resultados ruins de Alemanha e França, as principais economias do bloco, segundo a primeira estimativa da agência europeia de estatísticas Eurostat.
O Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro, formada por 18 países, teve uma variação trimestral nula (0%), abaixo da estimativa do mercado, que acreditava em um crescimento de 0,2%, similar ao do primeiro trimestre.
A estagnação da Zona do Euro foi reflexo em grande medida dos resultados ruins da Alemanha, que registrou queda de 0,2% do PIB, e da França, paralisada em 0%.
O resultado alemão foi pior que o previsto pelos analistas, que projetavam uma queda de 0,1%, em parte por consequência do forte crescimento da principal economia europeia no primeiro trimestre (+0,7%).
A Itália, terceira economia do bloco, também registrou contração de 0,2% no período abril-junho.
A Espanha, quarta economia do bloco e uma das mais afetadas pela crise global de 2009, prossegue em recuperação, com um crescimento de 0,6% no segundo trimestre, 0,2% a mais que no primeiro.
"Entre as grandes economias da região, o único raio de esperança vem da Espanha, mas também existem dúvidas sobre a duração da recuperação", disse Jonathan Loynes, da Capital Economics.
A falta de dinamismo do bloco também é refletida na inflação, que caiu a 0,4% em julho, o menor nível desde outubro de 2009, segundo a Eurostat.
No verão (hemisfério norte) de 2013 a Zona do Euro deixou para trás seis trimestres consecutivos de contração, mas os novos dados diluem as esperanças de uma recuperação sólida.
Incertezas geopolíticas
Os analistas acreditavam em uma recuperação do PIB da Zona do Euro no segundo semestre, mas reduziram as projeções em consequência das tensões com a Rússia pela crise na Ucrânia.
"Parece que o crescimento do PIB (da Zona do Euro) em 2014 ficará abaixo de 1%", disse Peter Vanden, analista do ING Bank.
A França já reduziu para 0,5% a previsão de crescimento para este ano, contra a meta inicial de 1%.
"Agora o temor é que a Zona do Euro caminhe para uma nova recessão", destacou Simon Smith, da FX Pro, que também ressaltou o impacto dos bloqueios comerciais que a Rússia impôs aos países europeus, em represália pelas sanções econômicas decretadas por Bruxelas contra Moscou.
No conjunto da União Europeia (UE), formada por 28 países, o PIB registrou avanço de 0,2%, um pouco abaixo do resultado do período janeiro-março (0,3%).
O PIB da Grã-Bretanha avançou 0,8%, assim como o da Hungria. A economia da Polônia avançou 0,6%.
O crescimento nulo da Zona do Euro mostra ainda que a região está atrás dos Estados Unidos, que registrou recuperação de 1% no segundo trimestre (após uma contração de 0,5% no trimestre anterior).
*Atualizada às 12h45 do dia 14/08/2014
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1. Risco e oportunidade
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1/8 (Ross Land/Getty Images)
São Paulo - Janeiro é o mês no qual os órgãos internacionais fazem suas previsões para os próximos anos. Nesta quarta-feira, foi a vez do
Banco Mundial. O título do relatório é "Lidando com a normalização das políticas nos países de renda alta" e grande parte dele é dedicado a mostrar que os
emergentes vão ter que suar para manter a estabilidade em um mundo que caminha para
taxas de juros mais altas. A
economia brasileira é citada algumas vezes. Veja os destaques a seguir:
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2. As eleições podem impedir reformas...
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2/8 (Elza Fiúza/ABr)
Para o Banco Mundial, a mudança nas condições globais de financiamento significa que "manter uma política de o-mesmo-de-sempre não é mais uma opção" para os
emergentes. O risco de complacência, no entanto, é alto. A implementação de reformas já é um desafio político em circunstâncias normais, mas fica ainda mais difícil "por causa das eleições em muitos daqueles países mais testados na última estação."
África do Sul, Tailândia, Turquia, Indonésia e Índia são colocadas neste grupo, junto com o Brasil.
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3. ... mas o crescimento deve acelerar em 2016
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3/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
A estimativa do Banco Mundial é que a
economia brasileira vai crescer 2,4% em 2014 e 2,7% em 2015 - nada muito além dos cerca de 2,2% registrados em 2013. A partir daí, deve haver uma nova aceleração: a previsão para 2016 é de 3,7% de expansão. Vale notar que órgão errou a projeção para o Brasil nos últimos anos. Para 2011, a previsão era de 4,4% e o país cresceu 2,7%. Para 2012, a estimativa era de 3,4%.e o crescimento foi de 0,9%.
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4. A confiança do investidor e do consumidor está em queda...
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4/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O otimismo do empresário
despencou 38 pontos percentuais ao longo de 2013, de acordo com pesquisa da consultoria Grant Thornton. Na opinião do
Banco Mundial, "a confiança do
consumidor e do investidor ficou mais fraca devido à fraqueza da gerência macroeconômica e às políticas intervencionistas do governo, ao mesmo tempo que os termos de troca deterioraram-se."
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5. ... mas a Copa e as Olimpíadas vão dar um empurrão
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5/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O Banco Mundial acredita que os investimentos para a
Copa de 2014 e as
Olimpíadas de 2016, junto com um aumento das exportações, vão compensar os efeitos da queda de preço de commodities e do aperto nas condições de financiamento global. R$ 25,5 bilhões
serão investidos só na Copa, de acordo com o governo federal. No
Rio de Janeiro, os eventos esportivos
fizeram dobrar os investimentos nos últimos 6 anos.
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6. O crédito depende demais do governo...
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6/8 (Tânia Rêgo/ABr)
O Banco Mundial nota que em países como Brasil, Turquia e China, o crédito subiu mais de 20 pontos percentuais no PIB desde 2007. Isso não é o problema, e sim uma dependência excessiva do crédito estatal - como é o nosso caso: "
bancos estatais foram responsáveis por 50% do
crédito por liquidar no Brasil em meados de 2013, acima dos 33% em 2008 e a primeira vez que este patamar é atingido desde a onda de privatizações em 1999."
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7. ... mas não a agricultura
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7/8 (EXAME)
O relatório do
Banco Mundial sugere que o corte de
subsídios agrícolas pode abrir espaço para outras prioridades fiscais, além de aumentar a
produtividade. O Brasil, no entanto, já lidou com essa questão há muito tempo: em um gráfico com 14 países que mostra a porcentagem do PIB destinada para subsídios agrícolas, aparecemos na última posição. A
Indonésia lidera, com 3,5%. Em países desenvolvidos como Estados Unidos e Japão, o número gira em torno de 1%.
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8/8 (USP Imagens)