Atual vice-chair do Federal Reserve, Janet Yellen, participa de audiência no Senado dos EUA em Washington (Jason Reed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2013 às 16h53.
Washington - Janet Yellen defendeu fortemente nesta quinta-feira as medidas audaciosas do Federal Reserve para estimular o crescimento econômico, chamando os esforços para impulsionar as contratações de "imperativos" em audiência sobre sua indicação para se tornar a primeira mulher a comandar o banco central norte-americano.
Respondendo a perguntas perante o Comitê Bancário do Senado dos EUA, Yellen deixou claro que irá continuar com a política monetária extremamente expansionista até que as autoridades estejam confiantes de que uma recuperação econômica duradoura está em ação para poder sustentar a criação de empregos.
"Eu considero imperativo que façamos o que pudermos para promover uma recuperação bem forte", disse Yellen, atualmente vice-chairwoman do Fed.
Ela disse que as compras de título pelo Fed, que alguns republicanos temem possa acelerar a inflação ou criar bolhas de ativos, não podem durar para sempre, enfatizando o Fed está bastante ciente dos custos e benefícios do programa.
Mas ela disse que os benefícios superam os prejuízos neste momento e deixou claro que qualquer decisão de reduzir as compras, atualmente de 85 bilhões de dólares por mês, será definida por dados econômicos.
"Não vejo o programa continuando indefinidamente", afirmou Yellen. "Estamos... tentando avaliar se houve ou não progressos significativos no mercado de trabalho. E o que o comitê (de política do Fed) está olhando é por sinais de que temos crescimento e que ele é forte o suficiente para promover progresso contínuo." O Fed tem mantido as taxas de juros perto de zero desde o fim de 2008 e quadruplicou seu balanço patrimonial para 3,8 trilhões de dólares através de três rodadas de compras de títulos, ou "quantitative easing" (QE). Na reunião do banco em outubro, o Fed manteve as compras no ritmo atual.
Investidores de ações e títulos receberam positivamente o compromisso de Yellen para conduzir uma recuperação mais forte. As ações norte-americanas atingiram as máximas do pregão enquanto ela falava, com o S&P 500 registrando máxima recorde.
Sem Prazo para Redução
Contudo, analistas disseram que ela simplesmente reforçou as expectativas de que irá favorecer a continuidade das políticas do atual chairman do banco, Ben Bernanke, cujo mandato termina no fim de janeiro.
"Ela não revelou nada em específico em relação ao cronograma de qualquer redução no QE", disse o economista-chefe da Investec, Philip Shaw. "Parece que a política permanece conduzida por dados por enquanto".
Indicada em outubro pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para substituir Bernanke no comando do Fed quando o mandato dele terminar, Yellen é vista como uma autoridade com inclinação flexível quanto à política monetária, e a ênfase dela no custo elevado do desemprego irá reforçar essa reputação.
O comitê bancário, onde os democratas de Obama ocupam 12 dos 22 assentos, precisa avaliar as credenciais dela para que se torne a autoridade econômica mais poderosa do mundo, antes da indicação dela ser enviada para todo o Senado para consideração.
Apesar das preocupações de alguns republicanos de que ela pode não ser rígida o suficiente com a inflação, ela deve receber a confirmação sem drama.
Os democratas têm 55 de 100 assentos do Senado, o que significa que a ex-professora de economia de 67 anos só precisa ganhar o apoio de cinco republicanos para atingir os 60 votos necessários para superar obstáculos processuais do Senado.
Ainda não está claro quando os parlamentares irão debater e votar a indicação dela.
Deempenho Confiante
O mercados financeiro assistiu o desempenho do Yellen de perto, em busca de pistas sobre o futuro da política monetária e para ver como ela iria lidar sob a pressão de questionamento da comissão.
Yellen mostrou-se equilibrada, calma e bem preparada quando respondeu de forma mais genérica e de forma pontual às perguntas em grande parte respeitosas.
A audiência apresentou pouco da retórica hostil que os conservadores do Tea Party freqüentemente utilizam para atacar o banco central, que dizem que permitiu gastos do governo fugissem do controle ao manter os custos de empréstimos tão baixos.
Incluindo passagens anteriores no Fed de São Francisco e no Conselho do Fed em Washington, Yellen atua como formuladora de políticas no banco central por quase 12 anos.