Joaquim Levy: economista destacou que a escolha de Joaquim Levy para a Fazenda foi "positiva" (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2014 às 16h39.
São Paulo - A meta de superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 anunciada nesta quinta-feira, 27, pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é "ambiciosa", dado o cenário de crescimento fraco e de aumento das despesas esperados para o próximo ano, avaliou o economista chefe da Western Asset, Adauto Lima.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, disse ver dificuldade em se alcançar essa meta.
"Se chegar à meta, acho que a mudança vai ser bastante significativa", disse.
Já em relação à meta de superávit primário de no mínimo 2% do PIB para 2016 e 2017, o economista avaliou que ela não é compatível para estabilizar e diminuir a dívida pública no médio e longo prazo.
"Ele (Joaquim Levy) sugere 2%, mas acredito que somente um superávit primário de 2,5% poderia gerar sustentabilidade da dívida pública", afirmou.
De acordo com o economista, em linhas gerais a fala da nova equipe econômica foi muito "superficial" e não abordou temas que o mercado esperava.
Lima destacou ainda que a escolha de Joaquim Levy para a Fazenda foi "positiva", em razão da boa reputação do nome do sucessor de Guido Mantega.
Questionado se o discurso de "autonomia dada pela presidente" foi bem visto pelo mercado, o economista afirmou que só o tempo e os atos da nova equipe mostrarão a validade da afirmação.
"Se ela (Dilma) chamou alguém que tem visão diferente da que predominou nos últimos quatro anos, alguma coisa ela quer", disse.