Crimeia: "O governo americano está determinado a preservar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia" (Artur Bainozarov/Reuters)
AFP
Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 16h31.
O Tesouro americano anunciou nesta sexta-feira novas sanções relacionadas ao conflito na Ucrânia e à anexação da Crimeia por Moscou, visando autoridades russas e "ministros" separatistas.
Algumas dessas novas sanções financeiras, que visam um total de 21 pessoas e nove entidades, dizem respeito a quatro turbinas fabricadas pela Siemens alemã e desviadas, segundo os Ocidentais, à Crimeia para fornecer energia aos territórios anexados pela Rússia.
"O governo americano está determinado a preservar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e visa aqueles que estão tentando minar os acordos de Minsk", assinado no início de 2015 para tentar resolver o conflito que se arrasta desde 2014, afirmou o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, em um comunicado.
"Aqueles que fornecem bens, serviços ou suporte material a pessoas e entidades sancionadas pelos Estados Unidos para suas atividades na Ucrânia vão estar expostos a sanções americanas", advertiu.
As novas medidas dizem respeito, em primeiro lugar, a onze líderes separatistas: "ministros" das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, bem como o "governador" de Sebastopol, na Crimeia, todos acusados de terem bloqueado a paz ou de exerceram funções governamentais em território ucraniano sem a permissão de Kiev.
O vice-ministro russo da Energia, Andrei Tcherezov, e um chefe de departamento no mesmo ministério também estão na lista de sancionados. Eles já haviam sido punidos pela União Europeia por desviar as turbinas a gás da Siemens para a Crimeia.
Sergei Topor-Gilka, diretor-geral da Technopromexport, subsidiária do conglomerado estatal russo Rostec e comprador das turbinas, também é alvo das medida americanas.
A transferência de turbinas para a Crimeia no verão passado é contrária ao contrato de venda, lembra o Tesouro americano, que justifica que elas arriscam "contribuir para a anexação da Crimeia pela Rússia, fornecendo uma fonte independente de energia na Crimeia e em Sebastopol".