Torcedor brasileiro fantasiado com a figurinha de David Luiz durante partida no Castelão (Yves Herman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2014 às 20h16.
Rio - A crise que atingiu o futebol brasileiro após a goleada imposta pela Alemanha não se resumiu à Granja Comary, concentração da seleção brasileira em Teresópolis, na Região Serrana fluminense.
A cerca de cem quilômetros dali, no mercado popular da rua Uruguaiana, no centro do Rio, o mercado de figurinhas do álbum oficial da Copa também sofreu desvalorização.
O retrato de Neymar, por exemplo, era vendido a R$ 10 até a última terça-feira e desde então é oferecido a R$ 5. "Era a figurinha mais cara, junto com o escudo da seleção.
Mas a procura caiu e agora as duas passaram a valer a metade", reclamou o promotor de vendas Lucas Rodrigues, de 20 anos. Em férias, ele passa o dia na Uruguaiana vendendo e comprando figurinhas.
As imagens de Fred, Hulk e Julio Cesar também perderam valor: custavam R$ 3 antes da semifinal e agora são vendidas a R$ 2. Os demais jogadores do Brasil já eram vendidos a R$ 2, e o preço não mudou.
Ao contrário do Brasil, as figurinhas da Alemanha se valorizaram: custavam R$ 0,30 e agora são vendidas a R$ 0,50.
"Mas a Argentina não mudou: fora o Messi, todas as outras figurinhas custam R$ 0,30 desde o início", disse Lucas. O camisa 10 argentino custa R$ 2. As figurinhas mais baratas custam R$ 0,20.
"Croácia, México, Japão quase não têm procura", contou Mário Pereira, outro vendedor de figurinhas.
"A procura por figurinhas começou em abril e o auge foi do fim de maio até a metade de junho. Desde o início da Copa a procura estava caindo, e com a goleada piorou de vez", afirmou.
Um álbum completo custa em torno de R$ 250. "Mas tem quatro preços: álbum de capa dura ou mole, com figurinhas coladas ou soltas. Por R$ 270 dá pra comprar o de capa dura com as figurinhas já coladas."
Apesar da derrota brasileira, dezenas de pessoas continuam se reunindo na Uruguaiana. Além de comprar, é possível vender ou trocar figurinhas.
"Sempre que venho ao centro passo por aqui. Mas não compro, só troco as repetidas", diz o estudante Victor Martins, de 24 anos, que nesta sexta conseguiu 17 figurinhas inéditas. "Agora só faltam 22", comemorou.