Economia

Venezuela ratifica China como um pilar para sua economia

Em diversos setores da economia, ambos governantes confirmaram que a porta aberta pelo falecido Hugo Chávez há 15 anos segue auxiliando país sul-americano


	Venezuela: parceria com a China é fundamental para sua economia, abatida pela inflação e esfriamento
 (Meridith Kohut/Bloomberg)

Venezuela: parceria com a China é fundamental para sua economia, abatida pela inflação e esfriamento (Meridith Kohut/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2014 às 19h46.

Caracas - A Venezuela ratificou nesta segunda-feira que sua relação com a China, já elevada a "estratégica" e "integral", se transformou em um pilar fundamental para enfrentar as dificuldades em quase todos os setores de sua economia, afetada pela alta inflação e pelos sintomas de esfriamento.

Com uma nova bateria de acordos e compromissos, e quase US$ 5,7 bilhões em créditos surgidos da - nas palavras do presidente Nicolás Maduro - "fórmula virtuosa" de financiamento estabelecida com a China, a nação asiática fornecerá apoio e fundos em áreas-chave para a economia venezuelana.

Olhando para o presidente chinês, Xi Jinping, na mesa principal do ato de encerramento hoje da 13ª Comissão Mista Binacional, Maduro celebrou que a visita "histórica" de pouco mais de 24 horas do líder asiático "ultrapassou a expectativa" e representa o início de uma nova era nas relações entre China e Venezuela".

Maduro e Xi fecharam a comissão mista com mais acordos para agregar aos mais de 500 que integram a relação bilateral.

Do agrícola ao financeiro, passando pelas telecomunicações, a infraestrutura e o comércio, ambos governantes confirmaram que a porta aberta pelo falecido Hugo Chávez há 15 anos segue dando ar fresco à economia do país sul-americano.

"O financiamento não joga sobre nossa pátria uma dívida pesada, é um financiamento que é respaldado por uma fórmula de produção e provisão de cerca de 524 mil barris de petróleo diários à China", disse Maduro.

"Quer dizer que é uma fórmula virtuosa que permite financiamento e desenvolvimento e não cria dívidas pesadas como os velhos sistemas", acrescentou.

A "fórmula virtuosa" de petróleo em troca de financiamento deixou, desde 2008, US$ 45 bilhões da China em fundos conjuntos para financiar projetos na Venezuela, um montante que com a contribuição venezuelana eleva a US$ 56 bilhões o dinheiro disponível.

"A Venezuela se transformou em um dos destinos com maior compromisso de investimentos da China, também no maior mercado de contratação de obras, sétimo fornecedor de petróleo e quarto parceiro comercial na América Latina da China", disse Xi ao discursar no fechamento da reunião bilateral.

Entre os acordos assinados está um de cooperação técnica entre o Banco Central da Venezuela e o Banco do Povo da China que Maduro classificou como "passo gigantesco" para seu país.

O presidente venezuelano assegurou que os mecanismos previstos neste convênio serão "extremamente importantes para a estratégia financeira soberana de fortalecimento de todas as finanças públicas, das reservas venezuelanas, dos movimentos para dar músculo financeiro" à Venezuela em 2014 e nos próximos anos.

Ao avaliar os detalhes do plano de cooperação estipulado por ambos países, Maduro destacou as seis áreas prioritárias de aplicação, começando pelo setor energético e os recursos naturais, com investimentos em petróleo, a indústria petroquímica e a geração elétrica.

As infraestruturas, a agricultura - onde Maduro ressaltou que há "grandes desafios", ao lembrar que dos 33 milhões de hectares de terra de cultivo do país estão em uso pouco mais de três milhões -, as manufaturas, a inovação técnica e a tecnologia informática completam a lista.

O presidente venezuelano celebrou também a assinatura de um acordo para a construção de um terceiro satélite, uma nova contribuição à "corrida aeroespacial que modestamente pelas mãos da China, a Venezuela segue levando adiante".

Xi não deixou passar a oportunidade de convocar os venezuelanos a fazer uso das possibilidades de financiamento para enfrentar os investimentos estruturais necessários, lembrando que a China já destina US$ 16,5 bilhões à América Latina, número, que, disse, oferece ainda "amplo espaço e potencial de aumento".

Além disso, aproveitou para destacar que o processo de "reforma integral" que seu país leva adiante oferece ambiciosas perspectivas econômicas para os investidores.

"Damos as boas-vindas a todos os países latino-americanos, inclusive a Venezuela, para participar ativamente neste processo para compartilhar as oportunidades representadas pelo desenvolvimento chinês", acrescentou.

Apesar de a Venezuela preferir o beisebol ao futebol, Xi parafraseou Pelé, que sempre via a próximo gol como o mais importante de sua carreira, para pedir que sejam buscadas novas metas na cooperação bilateral.

"Devemos manter o mesmo espírito para avançar em busca do próximo gol", concluiu.

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