Economia

Venezuela promete pagar bilhões em dívidas

O governo pagará mais de 2,1 bilhões de dólares a importadores e empresas estrangeiras, anunciou o vice-presidente econômico


	Nicolás Maduro: Venezela atravessa por grave desabastecimento em razão das dívidas
 (/Miraflores Palace/ Handout via Reuters)

Nicolás Maduro: Venezela atravessa por grave desabastecimento em razão das dívidas (/Miraflores Palace/ Handout via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2014 às 16h57.

Caracas - O governo venezuelano pagará mais de 2,1 bilhões de dólares a importadores e empresas estrangeiras, anunciou o vice-presidente econômico Rafael Ramírez.

A Venezuela atravessa um crítico problema de desabastecimento em razão das dívidas com importadores e prestadores de serviços avaliadas em 14 bilhões de dólares.

Ramírez afirmou em coletiva de imprensa que na semana que vem serão pagos 1,188 bilhão de dólares em dívidas de 2012 e 2013 a 939 empresas de setores prioritários. "Decidimos pagar 100% do montante a essas empresas. Não faremos uma liquidação parcial".

Também serão alocados 930 milhões de dólares para realizar pagamentos parciais a grandes empresas de diversos setores.

A Venezuela, país com as maiores reservas petrolíferas do mundo e que importa quase tudo o que consome, enfrenta uma escassez de divisas que gera um desabastecimento crônico, atingindo medicamentos, alimentos básicos, produtos de higiene, bens de luxo e insumos industriais.

"Estamos promovendo um pagamento que resolve de maneira completa a liquidação (das dívidas) de 2012 e 2013", disse Ramírez, que dirige a petroleira estatal Pdvsa, fonte hegemônica de divisas na Venezuela.

De acordo com o ministro, os setores de saúde, agropecuário, químico e industrial receberão os pagamentos integrais.

"Vamos começar a convocar estes setores a partir de segunda-feira e liquidar estas divisas ao longo de uma semana. Liquidaremos todas as dívidas que estavam pendentes para os setores", destacou.

Desde que assumiu há 13 meses, o presidente Nicolás Maduro - herdeiro político de Hugo Chávez - tem evitado medidas impopulares, como cortes de gasto público, para reduzir um déficit estimado de 15% do Produto Interno Bruto, e recusou enfaticamente pelo menos uma dezena de vezes a possibilidade de uma nova desvalorização.

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