Nicolás Maduro, presidente venezuelano: " é o que estamos fazendo, governando, mesmo com os protestos não deixamos de governar nem um segundo" (/Miraflores Palace/ Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2014 às 18h01.
Caracas - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou planos para cortar gastos públicos, começando por seu próprio salário, em um momento em que os preços do petróleo declinam no mercado internacional. A Venezuela depende das receitas geradas pelo óleo para sustentar seu orçamento.
Maduro disse que vai criar uma comissão para formular uma proposta de "redução substancial" nos gastos, a começar pela revisão salarial dos chefes de ministérios e empresas estatais, um movimento que, segundo ele, é para dar o exemplo. O presidente venezuelano não revelou estimativas de redução de gastos, mas disse não ser difícil encontrar gorduras no orçamento do governo.
Segundo Maduro, não haverá cortes em programas sociais. Ele inda reiterou que o ministro das Finanças, Rodolfo Marco, deve ir em breve à China para buscar mais financiamento ao país. A China lá liberou quase US$ 50 bilhões créditos à Venezuela desde 2007.
A queda de mais de 30% nos preços do petróleo desde junho ampliou as preocupações de Maduro, cuja popularidade caiu a nível recorde. A Venezuela está enfrentando inflação galopante e crise cambial, que levou à escassez de alimentos e outros bens de consumo.
A cesta de petróleo e derivados da Venezuela caiu US$ 0,89 na última semana, para US$ 68,08 por barril, o menor preço em mais de quatro anos, de acordo com o Ministério do Petróleo.
"Eu não considero essa queda nos preços do petróleo ruim", disse Maduro em um discurso televisionado na noite desta sexta-feira. "Eu tomo isso como uma oportunidade para acabar com luxos, gastos desnecessários e supérfluos."
Para analistas da GlobalSource Partners, além de buscar apoio com aliados como china e Rússia, a Venezuela poderá optar por reduzir ainda mais suas importações para racionar dólares. Fonte: Dow Jones Newswires.