Economia

Vendas no varejo do Brasil avançam 2,0% em novembro, diz IBGE

Resultado é o mais alto desde os ganhos de 2,9 por cento em julho de 2013 e ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters

Varejo brasileiro: resultado das vendas em novembro medido pelo OBGE veio melhor do que o esperado (Tânia Rêgo/ABr)

Varejo brasileiro: resultado das vendas em novembro medido pelo OBGE veio melhor do que o esperado (Tânia Rêgo/ABr)

R

Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 09h10.

Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 10h19.

São Paulo - As vendas no varejo do Brasil voltaram a subir em novembro e bem acima do esperado, no melhor resultado desde meados de 2013, num movimento de antecipação das compras de Natal que tende a ser apenas pontual, sem marcar uma retomada na atividade do setor.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta terça-feira que em novembro as vendas varejistas avançaram 2,0 por cento em relação ao mês anterior, interrompendo quatro meses de queda.

O resultado é o mais alto desde os ganhos de 2,9 por cento em julho de 2013 e ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 0,4 por cento.

Na comparação com um ano antes, as vendas do setor apresentaram perdas de 3,5 por cento, contra expectativa de queda de 5,45 por cento sobre um ano antes.

Apesar do dado favorável, os últimos anos mostram que, em novembro, os consumidores têm aproveitado as ofertas da "Black Friday" para antecipar as compras de final de ano, com as vendas despencando em dezembro.

Em 2015 por exemplo, as vendas subiram 0,1 por cento em novembro, e recuaram 2,6 por cento no mês seguinte.

Num ambiente de recessão econômica, perdas de emprego e dificuldades de crédito, o resultado de novembro de 2016 tem caráter apenas pontual.

"Não significa mudança no cenário ruim para o consumo privado este ano. A expectativa é de que os consumidores permaneçam cautelosos e devemos ver esses ganhos sendo devolvidos no mês de dezembro", avaliou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

O varejo restrito mostrou que os setores de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+0,9 por cento), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+7,2 por cento) e móveis e eletrodomésticos (+2,1 por cento) foram os principais responsáveis pelo resultado do mês.

"Os desempenhos destes segmentos em novembro indicam um movimento de antecipações de compras para o Natal, fato que se acentua a cada ano", destacou o IBGE em nota.

Já o varejo ampliado --que inclui veículos e material de construção--, segundo o IBGE, apresentou avanço nas vendas de 0,6 por cento sobre outubro, graças à alta de 7,2 por cento em Materiais de construção.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraIBGEVarejoVendas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto