Economia

Vendas no varejo devem ter tombo recorde de 43% no Dia dos Namorados

O setor deve faturar R$ 937,8 milhões em vendas para a data comemorada em 12 de junho; a redução deve ser registrada em todos os estados

Compras: pandemia do novo coronavírus vai impactar nas vendas do varejo no Dia dos Namorados (Burak Karademir/Reuters)

Compras: pandemia do novo coronavírus vai impactar nas vendas do varejo no Dia dos Namorados (Burak Karademir/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de junho de 2020 às 14h53.

Última atualização em 9 de junho de 2020 às 16h18.

A pandemia do coronavírus vai inibir a troca de presentes entre casais no Dia dos Namorados deste ano, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O varejo deve faturar 937,8 milhões de reais em vendas para a data comemorada em 12 de junho, o que representaria um tombo recorde de 43,1% em relação ao mesmo período de 2019, quando o volume vendido movimentou 1,65 bilhão de reais.

As maiores perdas devem ocorrer nos segmentos do varejo considerados "não essenciais." As lojas de vestuário, calçados e acessórios venderão 71,3% menos do que no ano passado, enquanto os estabelecimentos especializados na venda de itens de informática e comunicação registrarão queda de 58,3%. O ramo de utilidades domésticas e eletroeletrônicos deve vender 55,8% menos.

O varejo venderá menos em todos os estados, com destaque para as quedas em São Paulo (-41,9%); Rio de Janeiro (-34,6%); Minas Gerais (-30,7%); Ceará (-65,3%); Amapá (-65,1%); e Pernambuco (-62,2%).

"Sendo um dos setores econômicos mais diretamente impactados pela pandemia de covid-19, o comércio varejista sofre neste momento não só com as restrições à circulação de consumidores mas também com a retração do nível geral de atividade e a deterioração das condições de consumo, tais como as quedas dos níveis de emprego, de renda e da confiança do consumidor. Nem mesmo a menor taxa básica de juro da história e o recuo da taxa de juro nas operações livres às pessoas físicas têm servido de estímulo à contratação de recursos para o consumo", escreveu o economista Fabio Bentes, da CNC, no estudo.

A CNC lembra que o Dia dos Namorados ocorrerá no início do processo de flexibilização da quarentena. A menor adesão ao isolamento social no início de junho deve fazer com que as vendas recuem menos do que no Dia das Mães deste ano, quando o volume vendido despencou 59,2%.

O estudo cita dados da consultoria Inloco, mostrando que o índice de isolamento social no Brasil desceu ao menor patamar da quarentena na semana anterior ao Dia dos Namorados.

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