Os varejistas conseguiram, em março, vender 11,36% a mais do que no mesmo mês do ano passado. O aumento no volume de vendas e também na receita nominal (11,63%) foi constatado pela Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No acumulado de 12 meses, enquanto a receita se mantém positiva, com variação de 12,35%, o volume de vendas se retrai em 0,61%.

Apesar de sinalizar um aumento no consumo, o crescimento deve ser analisado com alguma cautela. Assim como ocorreu nos resultados de janeiro e fevereiro, a taxa de desempenho do setor em março também está sob a influência do reduzido nível de vendas na base de comparação. O primeiro trimestre de 2003 se caracterizou como o mais baixo de toda a série de resultados trimestrais do varejo nacional, iniciada em 2000. O mês de março de 2003 foi ainda mais afetado, pois o número de dias úteis era reduzido em razão do carnaval que, em de 2004, caiu em fevereiro.

Móveis e eletrodomésticos

O ramo varejista que mais contribuiu para o resultado positivo foi o de móveis e eletrodomésticos, com aumento mensal de 36,57% no volume de vendas, o principal impacto para a expansão do varejo em março. As demais contribuições positivas se estabeleceram em combustíveis e lubrificantes (11,46%); tecidos, vestuário e calçados (7,33%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,42%). A segunda maior taxa de crescimento, em março, deveu-se a veículos, motos, partes e peças, com taxa de variação no volume de vendas de 32,03% sobre igual mês do ano anterior.

O aumento nas vendas do varejo era prevista pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco e pelos analistas do banco Credit Suisse First Boston (CSFB). Os resultados de outras pesquias sobre o comércio e sobre outros setores da atividade econômica embasaram as projeções otimistas dos bancos. O CSFB lembrou que já em fevereiro as vendas no varejo se elevaram em 5,1% na comparação com fevereiro de 2003.