Economia

Vendas do varejo sobem 0,5% em fevereiro e alcançam maior patamar da série histórica

Comércio brasileiro apresenta primeira alta após quatro meses sem crescimento. Retomada do segmento de hiper e supermercados explica expansão no setor

Atividade do varejo volta a crescer após seis meses  (Carolina Gehlen/Exame)

Atividade do varejo volta a crescer após seis meses (Carolina Gehlen/Exame)

Agência o Globo
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Publicado em 9 de abril de 2025 às 13h24.

Última atualização em 9 de abril de 2025 às 14h27.

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As vendas do comércio varejista cresceram 0,5% em fevereiro, na comparação com janeiro deste ano, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, 9. Esse é o maior patamar da série histórica desde 2012, e a primeira vez que o setor apresenta crescimento após quatro meses consecutivos de números muito próximos ao zero, considerados estabilidade.

  • em comparação com fevereiro de 2024, o comércio cresceu 1,5%;
  • no ano, o setor acumula alta de 2,3%;
  • já em 12 meses, a expansão é de 3,6%.

Ainda assim, o número veio levemente abaixo do esperado pelos analistas, que projetavam alta de 0,6%. Já no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas variou 0,4% na comparação com janeiro.

Alta nas vendas de supermercados

O segmento de hiper e supermercados, que vinha de uma trajetória de seis meses com variações próximas de zero, consideradas estabilidade, volta a crescer em fevereiro desse ano, com alta de 1,1%, sendo uma das principais influências positivas para o setor este mês.

Para o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o contexto econômico faz com que as pessoas optem por consumir por produtos mais básicos, o que explica o crescimento maior da atividade em relação às outras.

Ele menciona ainda um recuo da inflação da alimentação em domicílio de janeiro para fevereiro, o que também pode ter impulsionado a atividade.

"Condições macroeconômicas mais complexas nos últimos meses, como a queda do número de pessoas ocupadas, a estabilidade da massa de rendimento real e a inflação da alimentação em domicílio, não incentivam o consumo de bens que não sejam de primeira necessidade", explica o pesquisador do IBGE.

Metade das atividades em queda

Entre as oito atividades analisadas pela pesquisa, metade teve resultados positivos e metade apresentou recuos. Outro destaque de crescimento do mês, além de hiper e supermercados, foi o setor de móveis e eletrodomésticos, que cresceu 0,9% em fevereiro.

Já no lado das quedas, aparecem como destaque as atividades de livros, jornais, revistas e papelaria (-7,8%), e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,2%). Santos explica que fatores como o fechamento de lojas físicas como livrarias podem contribuir para esse resultado.

"A questão do setor de livros, jornais, revistas e papelaria é mais profunda, visto que podemos observar uma evasão dos produtos físicos dessa atividade, que estão indo para o consumo, para serviços como plataformas digitais. O que normalmente segura o resultado dessa atividade nos meses de crescimento é o material didático. Em fevereiro de 2025, não houve suporte de receita vindo de material didático, como aconteceu para o mesmo mês nos últimos anos", analisa.

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