Economia

Vendas de materiais de construção caem 8% em janeiro

Na comparação com janeiro do ano passado, o desempenho ficou 6% abaixo e o foi o menor registrado no período nos últimos cinco anos


	Materiais de construção: na comparação com janeiro do ano passado, o desempenho ficou 6% abaixo e o foi o menor registrado no período nos últimos cinco anos
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Materiais de construção: na comparação com janeiro do ano passado, o desempenho ficou 6% abaixo e o foi o menor registrado no período nos últimos cinco anos (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 07h32.

São Paulo - As vendas de material de construção no varejo tiveram retração de 8% em janeiro, em relação a dezembro de 2015, conforme estudo mensal realizado pelo Instituto de Pesquisas da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), com o apoio da Abrafati, Instituto Crisotila Brasil, Anfacer e Siamfesp.

Na comparação com janeiro do ano passado, o desempenho ficou 6% abaixo e o foi o menor registrado no período nos últimos cinco anos.

O levantamento ouviu 530 lojistas, das cinco regiões do país, entre os dias 26 a 30 de janeiro. A margem de erro é de 4,3%. Segundo a pesquisa, a queda nas vendas foi sentida menos fortemente pelas lojas de material de construção de grande porte, que tiveram recuo de 3%.

"As lojas pequenas e médias, que representam 75% dos estabelecimentos do setor, sentiram mais a retração no mês, e registraram quedas de 11% e 7%, respectivamente", explica em nota o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.

Para o executivo, os índices apresentados pelo setor em janeiro foram influenciados por alguns fatores externos.

"Tivemos uma decisão do Confaz, publicada em 15 de dezembro e que entrou em vigor no dia 1º de janeiro, que alterou a substituição tributária de diversos produtos e permitiu que os Estados fizessem a sua regulamentação posterior. Com isso, perdemos uma semana de vendas no mês", declarou.

O presidente da Anamaco também ressaltou que o excesso de chuvas registrado no mês em algumas regiões do país também ocasionou um adiamento das obras.

"Chuva não combina com reforma ou construção. Por outro lado, assim que o tempo melhora, os estragos causados, sejam por infiltrações, por telhas quebradas ou etc, precisam ser reparados e isso gerará uma demanda para o setor", completou.

No levantamento por regiões, a Pesquisa Tracking Anamaco revelou que o Norte e o Nordeste tiveram o pior desempenho em janeiro, com retração de 19% e 20%, respectivamente. Já o Centro-Oeste teve queda de 10%, enquanto o Sul e o Sudeste registraram retração de 7% e 2%.

O estudo também revelou que ainda é forte o pessimismo dos lojistas com relação às ações do governo (54%), mas melhorou o otimismo (de 18% para 22%).

Para fevereiro, retrai a intenção de contratação de novos funcionários em todas as regiões do país, exceto no Sudeste, onde tal índice permaneceu estável.

Já a pretensão de novos investimentos nos próximos 12 meses aumentou no Norte (de 34% para 38%), mas caiu no Centro-Oeste ( de 39% para 34%) e Nordeste (de 37% para 27%).

Segundo o levantamento, cerca de 40% dos entrevistados acreditam que devem recuperar parte das vendas já no mês de fevereiro.

"Estatisticamente, fevereiro sempre vende menos que janeiro, por conta dos feriados e por ser um mês mais curto. Porém, os revendedores estão otimistas de que vamos iniciar o ano logo após o Carnaval, de maneira a equilibrar, já no primeiro trimestre do ano, as vendas em relação a 2015", declarou Conz.

O varejo de material de construção fechou 2015 com retração de 5,8%. Foi a primeira retração anual registrada pelo segmento nos últimos 12 anos. A Anamaco, no entanto, espera que o setor inicie um processo de recuperação em 2016.

"Teremos um primeiro trimestre difícil, mas a partir de abril e maio, a nossa previsão é que o setor volte a crescer e, se tudo sair como esperamos, fecharemos 2016 com um crescimento de 6% sobre 2015", finalizou Conz.

A Anamaco também informou que está finalizando os estudos para alterar o método de cálculo do faturamento do setor, em razão das novas medições introduzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seus índices.

Um estudo prévio, a ser finalizado em março, apontou que o varejo de material de construção teve um faturamento de R$ 115 milhões em 2015.

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