Economia

Vendas de café têm impulso no Brasil após alta de preços

O aumento nos preços internos, disse o Cepea, está atrelado à necessidade de compra por parte de alguns agentes e à forte valorização do dólar frente ao real


	Grãos de café: em julho, o preço do arábica registrou média de 414,50 reais/saca, 2,25 por cento inferior à de junho, com pressão da colheita, disse o Cepea
 (Bloomberg)

Grãos de café: em julho, o preço do arábica registrou média de 414,50 reais/saca, 2,25 por cento inferior à de junho, com pressão da colheita, disse o Cepea (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2015 às 15h39.

São Paulo - A forte alta nos preços do café arábica nos últimos dias no mercado interno aqueceu as vendas da commodity, ainda que a colheita da safra 2015/16 no Brasil tenha avançado em todas as principais regiões, apontou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) nesta terça-feira.

"A valorização do grão atraiu produtores, que aumentaram o volume disponível. Apesar de muitos ainda reservarem cafés de maior qualidade para o cumprimento de contratos, negócios envolvendo o grão do tipo 6 têm sido captados com frequência pelo Cepea desde meados da semana passada", disse o instituto da Universidade de São Paulo (USP).

O aumento nos preços internos, disse o Cepea, está atrelado à necessidade de compra por parte de alguns agentes, à forte valorização do dólar frente ao real e à alta nos valores externos.

Na segunda-feira, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, fechou a 432,57 reais/saca de 60 kg, aumento de 4,36 por cento em relação à segunda da semana anterior.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato de arábica com vencimento em setembro avançou quase 3 por cento na mesma comparação, apontou o Cepea.

Em julho, o preço do arábica registrou média de 414,50 reais/saca, 2,25 por cento inferior à de junho, com pressão da colheita, disse o Cepea, ressaltando que a desvalorização mensal só não foi maior por conta da reação nos valores na última semana do mês.

Até o final do mês passado, a colheita havia ultrapassado a metade da safra prevista no maior produtor e exportador mundial de café, segundo dados do Cepea.

"Produtores têm disponibilizado mais lotes para prova, influenciados pela alta no preço e também pela necessidade de 'fazer caixa' para finalizar a colheita", disse o Cepea.

A instituição observou ainda que, nos próximos dias, segundo a Climatempo, o tempo deve continuar seco em todas as regiões produtoras de arábica, o que favorece a colheita e, consequentemente, eleva o volume de entrega de cafés nos armazéns.

Apesar da queda ante junho, a cotação de julho ficou 6,87 por cento acima do mesmo mês em 2014 (em termos nominais), comentou o Cepea.

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