Comércio de eletrônicos em São Paulo (Alexandre Battibugli/Exame)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2014 às 18h45.
São Paulo - Os lojistas da cidade de São Paulo viram o faturamento de seus estabelecimentos caírem 12,55% na primeira quinzena de julho em relação à primeira metade do mês passado, mostra balanço de vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o recuo foi de 6,05%.
Os empresários do varejo atribuem a queda no volume de vendas às reduções nos horários de funcionamento do comércio na capital paulista em dias de jogos da seleção brasileira na Copa.
"O movimento durante esse período foi prejudicado pela alteração da rotina dos estabelecimentos comerciais nos dias de jogos do Brasil. Esperamos que na segunda quinzena, com a volta da cidade à rotina, parte das vendas se recupere", previu o presidente da ACSP, Rogério Amato, que também é presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de SP (Facesp) e presidente interino da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
Além dos horários reduzidos, outro fator que desestimulou as vendas foi a ausência de temperaturas baixas. Assim, os consumidores não se animaram a comprar roupas e calçados da moda outono-inverno.
Já as vendas a prazo do comércio da cidade de São Paulo caíram 7,8% na primeira quinzena de julho, em relação ao mesmo período de junho, e 7,2%, em relação à primeira metade de julho de 2013.
É o que apurou o Indicador de Movimento do Comércio a Prazo (IMC) do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
As quedas se devem também às reduções de horário no funcionamento do comércio nos dias de jogos da Seleção Brasileira. Outro fator é que as vendas de televisores para a Copa ficaram abaixo das expectativas dos varejistas.
As vendas à vista, calculadas pelo Indicador de Movimento de Cheques (ICH), caíram 17,3% e 4,9% ante a primeira quinzena de junho e na comparação anual, respectivamente.
As quedas são explicadas também pelas alterações na rotina dos estabelecimentos comerciais, pela falta de frio no período (o consumidor não se animou a comprar roupas e sapatos da moda outono-inverno, que já está em liquidação) e pelas derrotas da seleção brasileira na Copa, que afetaram as vendas de produtos relacionados à Copa, como adereços, salgadinhos e bebidas.
Inadimplência
O Balanço de Vendas da ACSP sinaliza leve propensão à alta da inadimplência. "Mas os dados não preocupam, porque a inadimplência caiu nos últimos dois anos.
Este patamar atual é relativamente baixo - a não ser que a taxa de desemprego aumente", analisa o presidente da ACSP, Rogério Amato.
O Indicador de Registro de Inadimplentes (IRI), que mede a entrada de registros de consumidores inadimplentes, teve alta sazonal de 21,4% na primeira quinzena de julho ante junho.
Isso se deu como reflexo das vendas do Dia das Mães em maio. Em relação ao mesmo período de 2013, houve alta de 2,8%.
Já o Indicador de Recuperação de Crédito (IRC), que aponta os cancelamentos de dívidas, registrou alta sazonal de 18,7% em relação a junho, decorrente de negociações de dívidas para equilibrar o caixa das empresas, e leve recuo de 0,2% ante o mesmo período de 2013.