Vendas no Natal: queda deste ano foi bem menos intensa do que a apresentada em 2015 (BR MALLS/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 12h19.
São Paulo - As vendas a prazo neste Natal registraram queda de 1,46% na comparação com igual período de 2015, informaram nesta segunda-feira, 26, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
A pesquisa considerou a semana que antecedeu o Natal, entre os dias 18 e 24 de dezembro. Com esse resultado, o indicador acumula três anos consecutivos de retração.
No entanto, a queda deste ano foi bem menos intensa do que a apresentada em 2015, de 15,84%.
"O resultado negativo já era aguardado pelos lojistas e reflete a tendência de desaquecimento das vendas no varejo observado ao longo de 2016 em virtude do cenário econômico desfavorável, com crédito mais caro, inflação elevada, aumento do desemprego e baixa confiança do consumidor para se endividar", analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro. "Ainda assim, vemos uma forte desaceleração na queda do volume de vendas, indicando que os piores momentos da crise ficaram para trás."
Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a queda no volume de vendas parceladas não significa que o brasileiro deixou presentear.
"Os consumidores estão mais preocupados em não comprometer o próprio orçamento com compras parceladas, por isso optaram por presentes mais baratos e geralmente pagos à vista, as famosas lembrancinhas", diz.
As instituições também relataram que as vendas a prazo neste Natal, período mais importante para o faturamento e volume de vendas no comércio, repetiram o comportamento baixo das outras datas comemorativas de 2016.
Mas o recuo das compras parceladas natalinas foi menos intenso do que nos demais dias festivos.
As vendas a prazo tiveram retração maior no Dia das Mães (-16,40%), seguido do Dia dos Namorados (-15,23%), Dia das Crianças (-9,02%) e Dia dos Pais (-7,15%).
A expectativa de movimento no comércio varejista nos últimos dias deste ano e em janeiro dependerá, segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, da criatividade dos lojistas e da atratividade das promoções.
"A expectativa é de que as promoções reaqueçam o mercado até o final de janeiro. Com os tradicionais descontos, o comerciante tem a oportunidade de emplacar novas vendas para melhorar o fraco desempenho no Natal", afirma Kawauti.