Considerando apenas os números totais, sem os dias úteis, o desempenho das vendas no mês passado foi recorde para um mês de maio (Oscar Cabral/VEJA)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2011 às 16h54.
São Paulo - Apesar dos números de maio indicarem um volume de vendas recorde de automóveis para o período, na comparação das vendas diárias houve queda de 4,9% em maio ante abril. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, em maio, que teve 22 dias úteis, foram comercializados 14.479 veículos por dia no Brasil, enquanto em abril, que teve 19 dias úteis, as vendas diárias foram de 15.220 unidades.
"A situação começa a nos preocupar", disse Belini, que considera que a queda no volume de vendas diárias é fruto das medidas macroprudenciais anunciadas pelo governo em dezembro para desacelerar o consumo. "No ano passado, o crédito para a venda de veículos crescia cerca de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões por mês. Neste ano, o aumento tem sido da ordem de R$ 1 bilhão por mês. Isso está afetando o varejo", disse o presidente da Anfavea.
Ele também ressaltou que a inadimplência do setor, apesar de inferior à inadimplência do mercado como um todo, também está crescendo. O dado mais recente de inadimplência no segmento, de abril, indica que 3,3% dos financiamentos estão com mais de 90 dias de atraso. Em março, esse porcentual era de 3,0% e, no final do ano passado, em dezembro, era de 2,6%.
Considerando apenas os números totais, sem levar em conta os dias úteis, o desempenho das vendas no mês passado foi recorde para um mês de maio. Foram vendidas 318,5 mil unidades, 10,1% a mais do que abril e 26,9% acima das vendas em maio de 2010. As vendas de veículos novos de janeiro a maio também bateram recorde no período, com o emplacamento de 1,43 milhão de unidades. O volume é 8,8% maior que o registrado nos cinco primeiros meses de 2010.
A Anfavea não alterou suas projeções para 2011, divulgadas no início do ano. A entidade estima encerrar 2011 com um volume de vendas de automóveis 5% superior em relação a 2010, somando 3,69 milhões de unidades. Para máquinas agrícolas, a estimativa é de repetir o desempenho do ano passado, de 68,5 mil unidades vendidas. "Vamos esperar o fim do primeiro semestre para avaliar se vamos rever ou não as estimativas para o ano", afirmou Belini.