Economia

Venda de carros cai 7,1% e tem pior número em 12 anos

As vendas totais somaram 3,5 milhões de unidades, incluindo caminhões e ônibus


	Carros novos: o setor inicia o ano com altos estoques e pressionado pela volta do IPI
 (Mauricio Lima/AFP)

Carros novos: o setor inicia o ano com altos estoques e pressionado pela volta do IPI (Mauricio Lima/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2015 às 07h52.

São Paulo - O aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir deste mês provocou uma corrida às lojas fazendo com que dezembro se tornasse o terceiro melhor mês da história da indústria automobilística, com 370 mil veículos licenciados.

Apesar do resultado, o ano terminou com queda de 7,1% nas vendas totais, que somaram 3,5 milhões de unidades, incluindo caminhões e ônibus. Em porcentual, foi a maior queda registrada pela indústria automobilística em 12 anos.

Também foi a segunda redução anual seguida. Em 2013, as vendas já tinham caído 0,9% em relação a 2012, depois de altas consecutivas desde 2004.

Apesar do bom desempenho de dezembro, com resultado 25,6% superior ao de novembro e 4,6% maior que o do mesmo mês de 2013, o setor inicia o novo ano com altos estoques, segundo fontes das empresas, e pressionado pela volta do IPI.

A cobrança integral da alíquota do imposto, que estava reduzido desde maio de 2012, deve ter um impacto médio de 4,5% nos preços dos automóveis, mas, com os estoques altos é possível que o repasse ao consumidor ocorra só a partir do fim do mês ou início de fevereiro.

Na revenda Fiat Amazon, na região oeste de São Paulo, por exemplo, há estoques com o IPI antigo por pelo menos 20 dias.

Melhor resultado em vendas desde agosto de 2012 - quando foram vendidas 420 mil unidades -, o número de dezembro não é indicativo de recuperação do mercado, diz o vice-presidente da Ford América do Sul, Rogelio Golfarb.

"O que ocorreu foi uma antecipação de compras, reforçada pela volta do IPI e promoções das empresas".

O executivo ressalta que lidar com a volta do IPI será um grande desafio para as fabricantes, mas o setor concorda que, embora duro, o ajuste fiscal que a nova equipe econômica do governo propõe, e que inclui o fim de benefícios fiscais, é necessário.

"Para uma indústria que investe muito pensando no longo prazo, a solidez macroeconômica é fundamental", diz Golfarb.

A Ford previa um mercado estagnado em 2015, mas está revendo suas projeções e "o viés é de baixa", informa Golfarb.

Além do IPI maior, ele ressalta outras medidas como alta dos juros e menos aportes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - que subsidia vendas de caminhões e tratores - como fatores de inibição de vendas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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