Economia

Venda de carros importados cresce 175% no 1º semestre

Abeiva comemora crescimento, mas não aumenta projeções para 2010 por falta de estoque

Abeiva não reviu projeção de vendas em 2010 pela falta de carros em estoque (.)

Abeiva não reviu projeção de vendas em 2010 pela falta de carros em estoque (.)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2010 às 13h58.

São Paulo - A venda de carros importados no primeiro semestre de 2010 aumentou 175,3% na comparação com o mesmo período no ano anterior, segundo informações da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), entidade que representa marcas como Audi, BMW, Jaguar e Ferrari. O número de veículos vendidos subiu de 15,2 mil para 41,8 mil.

Segundo o presidente da entidade, José Luiz Gandini, este forte crescimento se deve, principalmente ao momento favorável do câmbio. "Temos um custo direto em dólar, o que faz com que sejamos muito beneficiados pela estabilidade do real frente ao dólar."

Outra razão para o bom desempenho, na opinião de Paulo Kakinoff, vice-presidente da Abeiva, é o fato de que a recuperação da economia brasileira tem permitido maior mobilidade social. "O mesmo aumento no poder aquisitivo nas classes C, D e E tem  sido observado nas classes A e B, nossos principais clientes. Isto impulsiona nossas vendas", afirma.

A venda de importados cresceu 2,6% entre maio e junho de 2010, passando de 7,4 mil para 7,6 mil unidades vendidas. Na comparação com junho de 2009, a expansão foi de 121,5%. "O mercado está muito bom, bem aquecido. Um câmbio estável somado ao aumento da renda dos consumidores nos ajuda a encontrar mais concessionárias interessadas em distribuir nossos produtos, o que também é favorável", diz Gandini, que é presidente da Kia Motors no Brasil.

Estoques

A entidade manteve sua projeção do início do ano, de vender 80 mil veículos em 2010. A principal razão, segundo Gandini, é falta de carros em estoque. O executivo explica que a maioria das companhias não esperava um crescimento tão virtuoso do mercado em um tempo relativamente curto, e ainda não houve tempo para reajustar os pedidos.

Ainda segundo ele, outro sério gargalo que compromete os estoques é a lentidão dos processos de legalização de um novo modelo no Brasil. "Homologar um lançamento no país junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) demora, em média, quatro meses, o que é inaceitável. Isso nos deixa atrás de qualquer país do mundo", afirma.

Finalmente, outra razão para a falta de carros é, segundo Kakinoff, que é presidente da Audi no Brasil, a quantidade insuficiente de navios para transportar os carros de algumas marcas para o Brasil. Segundo o executivo, o número de encomendas de carros aumentou, mas a disponibilidade logística não acompanhou este movimento.

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