Dívida pública fechou o mês passado em R$ 2,184 trilhões, com alta de 0,65% (Marcello Casal/ABr)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2014 às 14h18.
Brasília - O grande volume de vencimentos de títulos corrigidos pelos juros básicos da economia fez a Dívida Pública Federal (DPF) ficar praticamente estável em setembro, apesar de a alta do dólar ter pressionado a dívida externa.
De acordo com dados divulgados há pouco pela Secretaria do Tesouro Nacional, a dívida fechou o mês passado em R$ 2,184 trilhões, com alta de 0,65% (R$ 14 bilhões) em relação a julho.
A dívida pública mobiliária – em títulos públicos – interna subiu 0,19%, de R$ 2,075 trilhões para R$ 2,079 trilhões. A alta ocorreu apesar de o Tesouro ter resgatado R$ 15 bilhões em títulos a mais do que emitiu.
O estoque só subiu por causa da incorporação de R$ 18,9 bilhões em juros. O reconhecimento de juros ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é incorporada gradualmente ao valor devido.
Outro fator que impediu a queda da DPF foi a alta de 9,44% do dólar em setembro, que fez a dívida pública externa encerrar o mês passado em R$ 104,58 bilhões, com alta de 10,76% em relação ao valor de agosto (R$ 94,43 bilhões).
Dessa forma, a maior parte da alta de R$ 14 bilhões no estoque total da DPF foi motivada pela dívida externa.
O principal fator de queda da dívida pública no mês passado foi o elevado volume de vencimento de títulos. Apenas em setembro, R$ 57,659 bilhões em papéis do governo venceram ou foram trocados.
A maior parte desse valor, R$ 54,503 bilhões, correspondeu a títulos vinculados à taxa Selic (juros básicos da economia).
Mesmo com o aumento registrado em setembro, a DPF continua na faixa inferior das previsões do Tesouro. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado no fim de janeiro, a tendência é que o estoque da DPF encerre o ano entre R$ 2,17 trilhões e R$ 2,32 trilhões.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o dinheiro com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.