Economia

Vencedores do Nobel de Economia advertem sobre Brexit

"Acreditamos que o Reino Unido está economicamente melhor dentro da UE", afirma o texto publicado no jornal britânico The Guardian


	Reino Unido: "As empresas e os trabalhadores britânicos precisam de pleno acesso ao mercado único"
 (Toby Melville / Reuters)

Reino Unido: "As empresas e os trabalhadores britânicos precisam de pleno acesso ao mercado único" (Toby Melville / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 09h12.

Dez vencedores do prêmio Nobel de Economia advertiram nesta segunda-feira sobre as consequências negativas e duradouras, no seu entender, de uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

"Acreditamos que o Reino Unido está economicamente melhor dentro da UE", afirma o texto publicado no jornal britânico The Guardian pelos vencedores do Nobel entre o início dos anos 1970 e 2015.

"As empresas e os trabalhadores britânicos precisam de pleno acesso ao mercado único. Além disso, a saída criaria grande incerteza ao redor dos futuros acordos comerciais alternativos do Reino Unido, tanto com o restante da Europa como com mercados importantes como os dos Estados Unidos, Canadá e China".

"E estes efeitos perdurariam por muitos anos", completa o texto.

"Em consequência, o debate econômico se inclina claramente a favor de seguir na UE", concluem, a apenas três dias do referendo de 23 de junho.

Os signatários da carta são George Akerlof (Estados Unidos, Nobel em 2001), Kenneth Arrow (EUA, 1972), Angus Deaton (Reino Unido, 2015), Peter Diamond (EUA, 2010) James Heckman (EUA, 2000), Eric Maskin (EUA, 2007), James Mirrlees (britânico, 1996), Christopher Pissarides (britânico-cipriota, 2010), Robert Solow (EUA, 1987) e Jean Tirole (França, 2014).

O ministro das Finanças da Grã-Bretanha, George Osborne, elogiou a carta.

"Sem precedentes, 10 economistas prêmios Nobel avisam sobre os danos a longo prazo da saída da UE. É hora de ouvir os especialistas", escreveu no Twitter.

O debate durante a campanha, dentro e fora do país, se concentrou nas consequências econômicas do Brexit. O FMI, a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos), o Banco da Inglaterra e a até o presidente americano Barack Obama desaconselharam a saída do bloco.

Todos os cenários para os dois anos seguintes contemplados pelas instituições econômicas internacionais são sombrios. Um estudo elaborado pelo banco britânico HSBC prevê uma desvalorização da libra de 15% a 20%, uma inflação de 5% e uma perda de 1% a 1,5% do PIB.

O FMI calculou que o PIB nominal britânico seria entre 1,5% e 9,5% menor no caso de saída e destacou que Londres poderia perder o status de centro financeiro mundial.

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