No âmbito interno, o especialista lembrou que a economia brasileira, além das incertezas internacionais, teve de lidar com o combate ao avanço de preços (Stock Exchange)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2012 às 11h58.
São Paulo - Uma combinação de fatores importantes levou ao enfraquecimento da economia brasileira em 2011, nas palavras do coordenador da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto. Segundo ele, resultados desfavoráveis na indústria, principalmente no segmento da transformação; turbulências no cenário internacional e um menor ímpeto no consumo das famílias foram alguns dos fatores que influenciaram o PIB do ano passado.
No caso do cenário internacional, Olinto lembrou as sucessivas crises nos países da zona do euro no ano passado, além de sinais de alarme na economia norte-americana. Isso, na prática, conduziu a um desempenho menos favorável nas exportações brasileiras que têm a Europa como destino.
No âmbito interno, o especialista lembrou que a economia brasileira, além das incertezas internacionais, teve de lidar com o combate ao avanço de preços, além de possibilidades de impacto cambial na economia doméstica. "Tivemos, então, a economia brasileira tendo que se organizar dentro deste cenário de incerteza internacional", resumiu.
Entretanto, ele fez uma ressalva. Embora tenha registrado o mais fraco desempenho desde 2004, o consumo das famílias em 2011 foi um dos principais fatores a sustentar positivamente a taxa de crescimento econômico no ano passado. "O Brasil tem, claramente, políticas de renda sustentando isso. E quando temos desaceleração no ritmo da economia, temos consumo mais fraco. Mas é importante lembrar que, no consumo das famílias, tivemos uma desaceleração, não uma queda", frisou. "Não sei se o mundo está piorando menos. Mas, no Brasil, estamos conseguindo manter um padrão, com uma política em que a demanda interna tem sido o sustentáculo do crescimento", avaliou.