Próximo Natal promete mais consumo, diz Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (Alan Cleaver/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2011 às 11h40.
Brasília - O Natal deste ano será pelo menos 5% melhor do que o de 2010, na avaliação do vice-presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Vitor Augusto Koch. No ano passado, o Natal foi considerado o melhor dos últimos 10 anos, segundo a própria entidade. "Podem ter certeza: teremos um Natal muito bom, melhor do que o ano passado", afirmou. "Vou deixar a projeção para o presidente da CNDL (Roque Pellizzaro Junior), mas cresceremos pelo menos 5% sobre 2010", continuou.
De acordo com Koch, haverá crescimento do faturamento do comércio no final do ano, entre outros pontos, até pela simples contabilização da alta dos preços dos produtos, gerada pela inflação. "Além disso, não existe notícia de desemprego. Então, ninguém vai deixar de comprar presentes. Certamente haverá consumo", afirmou.
Na avaliação do vice-presidente, a notícia de que o comércio colocou o pé no freio na aquisição de estoques para o final do ano se circunscreve ao setor varejista das grandes redes. "O grande varejo tem programação, pois a logística precisa estar toda contemplada", argumentou. De acordo com ele, tradicionalmente, os pequenos lojistas começam a se preparar para o Natal a partir da segunda quinzena deste mês. "Não procede dizer que há esfriamento. O consumo continua aquecido", afirmou. Koch não soube informar, porém, qual a participação de cada segmento no setor em termos de faturamento. Em relação ao CNPJ, os grandes possuem cerca de 2% do mercado, conforme ele, mas o faturamento é maior do que esse porcentual.
Koch disse ainda que, historicamente, a segunda metade do ano é melhor do que a primeira para o comércio. "Aquela afirmação de que o segundo semestre é o melhor em vendas está se confirmando", disse.
Inadimplência
A inadimplência do consumidor do comércio varejista apresentou a sétima elevação mensal consecutiva em agosto, conforme a CNDL. Mesmo assim, a recuperação de crédito tem sido igualmente forte desde o início do ano. No acumulado de 2011 até o mês passado, enquanto a inadimplência avançou 5,14% na comparação com idêntico período de 2010, a recuperação de crédito foi ainda maior, de 6,74%. "Na prática, podemos dizer que a inadimplência está se reduzindo", considerou o vice-presidente da entidade. "A recuperação de crédito está muito boa", acrescentou.
De acordo com ele, a alta da inadimplência reflete descontroles orçamentários pontuais de consumidores que adquiriram bens de forma parcelada e possuem dificuldades para honrar seus compromissos no momento. A expectativa, no entanto, é a de que esses mesmos clientes acertem suas dívidas num curto espaço de tempo. "Isso não significa calote, mas, sim, pessoas que têm algum problema financeiro momentâneo", considerou.
Taxa de juros
A CNDL acredita que novos cortes na taxa básica de juros (Selic) estarão por vir nos próximos meses. Não só por conta da decisão do Banco Central (BC) da semana passada, de reduzir a taxa em 0,50 ponto porcentual, para 12% ao ano, mas também pelas sinalizações dadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. "O Banco Central está muito ágil em responder às situações. Além disso, o ministro já sinalizou mais ajuste fiscal e isso abre espaço para mais queda de juros", considerou Koch.
Para o vice-presidente da confederação, não existe sinalização de desaceleração acentuada da economia doméstica este ano, e prova desse movimento é a de que a expectativa é de que o desemprego continua em queda. "É lógico que teremos arrefecimento, mas temos também medidas muito boas feitas pelo governo, como a ampliação do Super Simples", comemorou. Há um mês, o governo aumentou a abrangência do programa para pequenos empresários.
Koch também prevê que 2012 não será um ano negativo, apesar das incertezas externas. "Não vejo um ano muito difícil, a não ser que ocorra uma catástrofe", disse. Segundo ele, assim como ocorreu na crise financeira de 2008, o mercado interno deve suprir algumas possíveis deficiências. "Por isso, o cuidado com economia interna é muito importante", enfatizou. "A economia no Brasil está bem", afirmou.