Economia

Varejo se recupera e reflete precariedade do mercado de trabalho, diz IBGE

Pesquisa em outubro teve retração de 0,4% na série com ajuste sazonal, demonstrando que o setor permanece em recuperação, mas com perda de ritmo na margem

Varejo: no mês, conforme o IBGE, o comércio operou no mesmo patamar de 2015 (Yamini Chao/Thinkstock)

Varejo: no mês, conforme o IBGE, o comércio operou no mesmo patamar de 2015 (Yamini Chao/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 18h26.

Rio - A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de outubro, que apresentou variação negativa de 0,4 por cento na série com ajuste sazonal, demonstra que o setor permanece em recuperação, mas com perda de ritmo na margem. No mês, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio operou no mesmo patamar de novembro de 2015.

"Vamos observar os dois últimos anos", afirmou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, ao avaliar se 2018 poderá ser caracterizado com um ano de recuperação, após um período de crise, iniciada em meados de 2014.

A avaliação é que a precariedade do mercado de trabalho cria limitações para o consumo ser mais relevante. Há limitações, principalmente, em atividades que dependem do financiamento.

Em outubro, os segmentos de consumo de primeira necessidade, como alimentos e remédios, influenciaram positivamente na formação da taxa. Porém, foi intensa a queda de outros segmentos, com destaque para combustíveis, móveis e eletrodomésticos, e tecidos.

Na série com ajuste sazonal, a atividade de combustíveis e lubrificantes caiu 1,2 por cento; a de móveis e eletrodomésticos, 2,5 por cento; e a de tecidos, vestuários e calçados, 2 por cento.

"O comportamento dos combustíveis responde ao aumento dos preços. Já o grupo de vestuários e calçados passou por quatro meses seguidos de crescimento (até setembro), período em que acumulou alta de 6,7 por cento. Enquanto a venda de eletrodoméstico está relacionado a financiamento", destacou a responsável pela pesquisa.

O desempenho do comércio em outubro só não foi pior por causa do consumo básico, como hipermercados e farmacêuticos, por conta da estabilidade da renda e crescimento da população ocupada. Mas, pela baixa intensidade da alta, essas atividades não tiveram capacidade de compensar perdas em outros segmentos.

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