Varejo: apesar da melhora dos indicadores de confiança no setor de comércio a partir de maio, a CNC prevê uma queda de 10,6% das vendas do varejo em 2016 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2016 às 15h49.
Brasília - Com o agravamento da recessão econômica, os empresários brasileiros fecharam 166,9 mil lojas de setor de varejos ao longo de 2015 e primeiro semestre deste ano.
Levantamento divulgado nesta terça-feira, 2, pela Confederação Nacional de Comércio (CNC), mostra que 67,9 mil lojas foram fechadas somente nos primeiros seis meses de 2016. No ano passado, os dados da CNC apontam para 99 mil lojas fechadas.
Apesar da melhora dos indicadores de confiança no setor de comércio a partir de maio, a CNC prevê uma queda de 10,6% das vendas do varejo em 2016, resultado pior do que o recuo de 8,6% em 2015.
Na região Sudeste, foram fechados 35.327 estabelecimentos. A pesquisa da CNC leva em consideração apenas lojas de varejo que têm trabalhadores com vínculo empregatício.
Elas somam cerca de 700 mil lojas em todo o País e respondem por aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo Fábio Bentes da divisão econômica da CNC.
Não há ainda previsões para o segundo semestre, mas a CNC não descarta a possibilidade de o número de lojas fechadas em 2016 ultrapassar o de 2015. Em 2014, o varejo abriu 11,45 mil novas lojas.
O fechamento de lojas é maior no segmento de hipermercados e supermercados. A inflação de alimentos que pressiona as vendas. "O varejo não conseguirá reagir de forma pujante se o setor de supermercados não reagir junto", disse Bentes.
Segundo ele, ainda não está clara se haverá uma reversão do quadro de alta dos preços nos próximos meses. Na sua avaliação, esse reversão será fundamental para acelerar a melhora do varejo no segundo semestre deste ano.
"Estamos dependendo de São Pedro", afirmou. Ele destacou ainda que o setor de comércio deve perder 267,2 mil postos de trabalho em 2016. No ano passado, o fechamento de vagas chegou a 278,5 mil.
A CNC espera piora das vendas no Dia dos Pais e também no Natal, como ocorreu também em outras datas importantes para o comércio, como Páscoa e Dia das Mães.