Vendas: o desempenho foi pior nas compras à vista do que nas que foram feitas a prazo (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2016 às 18h56.
São Paulo - As vendas no varejo da cidade de São Paulo tiveram queda de 9,2% na primeira quinzena de julho em relação a igual período do ano passado, informou nesta segunda-feira, 18, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O desempenho foi pior nas compras à vista, com queda de 14,1%, do que nas que foram feitas a prazo, com recuo de 4,3%.
Segundo a ACSP, a piora das compras à vista pode ser explicada pela deterioração do poder aquisitivo dos consumidores em relação a 2015, como reflexo da diminuição da massa salarial e do avanço do desemprego.
Outro fator é a valorização do dólar, uma vez que o encarecimento da moeda norte-americana foi repassado para roupas e outros itens comercializados especialmente à vista.
As vendas a prazo foram prejudicadas principalmente pela restrição e encarecimento do crédito, e pela baixa confiança do consumidor. "Os dados reforçam que neste momento, se o consumidor não precisa comprar, não compra e posterga. Adquire só o que é essencial", ressalta Alencar Burti, presidente da ACSP.
Apesar das quedas, Burti é otimista quanto ao desempenho do varejo no restante do ano. "A partir de agora esperamos um alívio, com redução gradual dessas quedas.
Acreditamos numa reversão da deterioração da economia. É claro que, para vermos mais claramente se essa é realmente uma tendência conjuntural, precisamos esperar mais alguns meses, e observar se esse arrefecimento das quedas de fato permanece".
Na comparação com as vendas da primeira quinzena de junho, a queda foi ainda mais forte, de 14,95%, sendo recuo de 22,5% nas compras à vista e de 7,4% nas que foram feitas a prazo. A diferença é mais gritante, neste caso, em razão do Dia dos Namorados, que cai na primeira metade de junho e contribui para o aquecimento das vendas.
No primeiro semestre de 2016, as vendas no varejo caíram 11,1% em relação a igual período de 2015. Nas compras à vista, a queda foi de 15,2% e, a prazo, de 7%. O balanço da ACSP é elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da própria associação, com base em amostra fornecida pela Boa Vista Serviços.