Vice-presidente Michel Temer: "tenho a convicção de que a partir de amanhã, na terça e na quarta, quando o Congresso irá votar a MP 665 e 664, ela será coberta de êxito" (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2015 às 18h31.
Brasília - Em meio a críticas da oposição, sindicatos e até mesmo da base aliada, o vice-presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira, 4, que pedirá que o Partido dos Trabalhadores "se dedique por inteiro" à aprovação das duas medidas provisórias que alteram as regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.
Novo articulador político do governo, o vice-presidente demonstrou otimismo com a aprovação das medidas no Congresso Nacional e reconheceu que, apesar das concessões feitas pelo Palácio do Planalto, o governo trabalha com o ajuste "que for possível".
"Eu acho que vamos ter sucesso nessa empreitada. Eu tenho a sensação, mais que a sensação, eu diria a convicção de que a partir de amanhã, na terça e na quarta, quando o Congresso irá votar a MP 665 e 664, ela será coberta de êxito. Não tenho dúvida porque isso é fundamental para o País, estou até sugerindo ao PT - o PT tem entrosamento com os trabalhadores, com as centrais - para que o partido por inteiro se dedique a essa aprovação, assim como os demais partidos da base aliada", disse o vice-presidente, antes de participar de reunião com líderes da base aliada.
"Todos sabemos como é importante para os empresários, para os trabalhadores que tenhamos esse ajuste para continuar com a economia muito saudável e muito forte no País. Tenho a convicção de que vamos conseguir amanhã (terça-feira) e quarta-feira uma vitória que não é uma vitória apenas do Congresso Nacional, não é uma vitória do governo, mas do Brasil", disse te
Mobilização
Questionado se pedir que o PT vestisse a camisa do ajuste representaria uma forma de dividir o ônus com a adoção de medidas impopulares, Temer disse que pediu que os ministros do PMDB e os demais do governo entrassem em contato com deputados para convencê-los da aprovação das MPs.
"É a tentativa de dividir os bônus da vitória, o que nós temos em vista é exatamente a vitória que se dará para o povo brasileiro depois dessa votação", comentou o vice-presidente.
Indagado se seria melhor aprovar um ajuste com concessões do que nenhum, Temer reconheceu: "Claro, você trabalha com o que é possível. Se você tem um ajuste viável nesse momento, é o ajuste que você pode fazer. Essa pergunta é muito boa pra revelar que as negociações já estão em curso, fizemos muitas reuniões e elas deram bons resultados."
Sobre a possibilidade de o Palácio do Planalto ceder ainda mais para garantir a aprovação das MPs, o vice reconheceu que o governo já cedeu "em muitos pontos", mas que os novos desdobramentos vão depender "muito daquilo que se discutir".
"Eu tenho certeza que o PT e os partidos da base aliada estarão convencidos e unificados. É muito importante que haja a unidade dos partidos em relação a esta matéria porque, de vez em, quando eu ouço dizer que há uma ou outra divergência em um ou outro partido. Eu acho que não é possível fazer isto no momento em que o Brasil precisa do ajuste econômico", disse Temer.