Nelson Barbosa: "O governo vai adotar as medidas para cumprir a meta que o Congresso fixou" (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 15h09.
São Paulo - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, reiterou na tarde desta quarta-feira, 11, o compromisso da equipe econômica com o cumprimento da meta de superávit primário na proporção de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Barbosa fez essa afirmação ao ser questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sobre qual seria sua resposta para alguns analistas do mercado financeiro que já estão colocando em dúvida a capacidade do governo de cumprir a meta - até mesmo pela dificuldade de se aprovar no Congresso tal objetivo.
"Eu acho que as pessoas estão impactadas com o resultado do ano passado. Mas nós já sabíamos que o resultado fiscal do ano passado tenderia a ser um déficit. Mas mantemos nosso compromisso com a meta de 1,2% (do PIB)", disse Barbosa, após ter feito palestra para um grupo de 800 investidores e clientes do banco BTG Pactual.
O ministro voltou a dizer que o governo já tomou as medidas necessárias do lado do orçamento financeiro do BNDES, do gasto obrigatório e fez minirreformas no seguro-desemprego, auxílio-doença e gastos discricionários.
De acordo com Barbosa, quando o Congresso aprovar o orçamento, o governo vai efetivar o contingenciamento necessário para cumprir a meta.
"O governo vai adotar as medidas para cumprir a meta que o Congresso fixou. A meta de 1,2% do PIB não é da equipe econômica, é uma meta fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que foi aprovada pelo Congresso", disse Barbosa.
Ele reforçou que a meta de superávit primário de 1,2% do PIB é uma meta que o Estado brasileiro atribuiu a si mesmo e que cabe ao governo tomar as medidas para cumpri-la.
Perguntado se o governo pretende negociar com as centrais sindicais as alterações nos benefícios trabalhistas, Barbosa disse que a posição do governo continua a mesma.
"Propusemos medidas no tamanho necessário e adequado para aperfeiçoar esses programas", disse, ao se referir ao abono salarial, seguro-desemprego e auxílio-doença, entre outros.
Ainda segundo o ministro, o Congresso tem seu papel nessa discussão e é natural que se faça emendas.
"Só para lembrar, na MP dos Portos foram feitas mais de mil emendas e nós vamos defender as medidas no Congresso e esperamos convencer os parlamentares de que elas foram propostas no tamanho necessário para aperfeiçoar os programas trabalhistas e contribuir para o esforço fiscal que temos de fazer nesse ano", disse Barbosa.
Ele disse também que ainda não foram indicados os relatores para a discussão da alteração dessas medidas.
"Quando forem indicados os relatores das MPs, vamos fazer uma audiência em que os ministros vão defender as medidas", disse Barbosa, acrescentando que, paralelamente a isso, o governo já está agendando conversas com as lideranças das principais bancadas dos principais partidos e diz ter argumentos bem sólidos para convencê-los.