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Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 10h08.
Rio de Janeiro - A gigante de siderurgia Vale, maior produtora e exportadora mundial de minério de ferro, anunciou hoje um acordo pelo qual cede 20% da participação na siderúrgica que está construindo no Ceará, a Posco, maior grupo siderúrgico sul-coreano.
O acordo acrescenta um novo parceiro estratégico à chamada Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), um projeto de US$ 4 bilhões que a Vale, que ficou com 50% da participação, constrói em associação por meio de uma joint venture com o também grupo sul-coreano Dongkuk (30%) e agora com a Posco (20%).
Posco, a maior produtora de aço da Coreia do Sul, fornecerá sua experiência à siderúrgica que está sendo construída no complexo industrial e portuário de Pecém e que terá capacidade inicial para produzir 3 milhões de toneladas de placas de aço ao ano, totalmente destinadas à exportação.
"Consideramos que o Brasil é o melhor lugar para produzir aço. Por isso estamos estimulando associações com nossos clientes para aumentar a produção no país", afirmou o presidente da Vale, Roger Agnelli, citado no comunicado divulgado pela empresa.
"A entrada deste novo sócio acrescenta ainda mais valor ao projeto, pois contaremos com a tecnologia e a experiência operacional da Posco em plantas siderúrgicas de grande porte", acrescentou Aristides Corbellini, diretor de Siderurgia da Vale.
A futura siderúrgica de Pecém, com início de operações previsto para 2014, poderá atingir uma capacidade de produção de 6 milhões de toneladas de aço ao ano em uma segunda fase e contará com uma planta termoeléctrica para produzir sua própria energia.
Segundo Agnelli, o acordo com a Posco demonstra o interesse dos investidores estrangeiros em projetos produtivos no Brasil.
Vale, um dos maiores abastecedores de minério de ferro das grandes siderúrgicas na Ásia, tem diversos projetos para construir plantas para a produção de aço no Brasil, para isso tem se associado a grandes grupos mundiais que usarão como matéria-prima o minério de ferro extraído no Brasil.
A empresa tem participação em projetos para a construção de siderúrgicas que preveem investimentos de US$ 21 bilhões e a produção de 18,5 milhões de toneladas de aço por ano, pouco menos da metade de toda da produção siderúrgica brasileira no ano passado (42,1 milhões de toneladas).
Entre os projetos, destaque para associação com o grupo alemão Thyssenkrupp, cuja primeira fase foi inaugurada neste ano no Rio de Janeiro.