Economia

Unica vê menos açúcar e mais etanol na safra 2015/2016

Produção de açúcar do centro-sul na atual temporada poderá ficar até 1 milhão de toneladas abaixo dos 31,8 milhões de toneladas previstos antes pela Unica


	Plantação de cana de açúcar, etanol: queda ocorreria devido a uma maior produção de etanol
 (Mariordo / Wikimedia Commons)

Plantação de cana de açúcar, etanol: queda ocorreria devido a uma maior produção de etanol (Mariordo / Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2015 às 20h38.

São Paulo - A produção de açúcar do centro-sul do país na atual temporada 2015/16 poderá ficar até 1 milhão de toneladas abaixo dos 31,8 milhões de toneladas previstos inicialmente pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), disse nesta segunda-feira o diretor-técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues.

A queda ocorreria devido a uma maior produção de etanol, que poderá atingir 30 bilhões de litros na safra, ante 27,27 bilhões da previsão feita pela entidade em maio, afirmou Rodrigues à Reuters nos bastidores do encontro Ethanol Summit, com líderes do setor de cana-de-açúcar, em São Paulo.

A produção de açúcar pode ser menor do que o volume registrado no ano passado, quando o centro-sul produziu 32 milhões de toneladas, apesar de uma safra maior de cana neste ano projetada em 590 milhões de toneladas, contra 571,3 milhões de toneladas em 2014/15.

"Os 20 milhões de toneladas de cana adicional deste ano vão ser basicamente usados para aumentar os volumes de etanol", afirmou Rodrigues.

A demanda do Brasil para o etanol está crescendo e chegou a 2,4 bilhões de litros em maio, igualando volumes de gasolina pela primeira vez desde 2010, já que os biocombustíveis se beneficiam com preços mais competitivos depois que o governo aumentou os impostos sobre a gasolina.

"As usinas estão sustentando um mix de produção mais pesado em etanol para atender à crescente demanda", disse o diretor da Unica.

Segundo a Unica, até 15 de junho usinas do centro-sul alocaram 61 por cento da cana para a produção de etanol e 39 por cento para produção de açúcar.

Rodrigues disse que as chuvas continuam a atrapalhar o processamento de cana em algumas áreas, atrasando a colheita.

Ele acredita que as usinas terão que manter as operações por mais tempo do que o normal, indo até dezembro, para lidar com toda a cana disponível.

E, possivelmente, haverá cana deixada nos campos para o processamento somente na próxima safra, que então poderia começar mais cedo, disse o diretor da Unica.

O fenômeno climático El Niño deve trazer mais chuvas do que o normal para a região centro-sul neste ano. Volumes de chuva já eram maiores que a média em abril e maio.

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