Economia

União pagou R$ 3,3 mi a suposto sindicato de fachada

Montividiu, Goiás - O governo federal pagou R$ 3,3 milhões nos últimos sete anos pelos serviços prestados por um sindicato que atuaria como empresa de terceirização de mão de obra. O dinheiro foi repassado pelo Ministério da Agricultura ao Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral (Sintram), da cidade de Montividiu, em Goiás. […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Montividiu, Goiás - O governo federal pagou R$ 3,3 milhões nos últimos sete anos pelos serviços prestados por um sindicato que atuaria como empresa de terceirização de mão de obra. O dinheiro foi repassado pelo Ministério da Agricultura ao Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral (Sintram), da cidade de Montividiu, em Goiás.

A reportagem esteve na última sexta-feira na cidade de 9 mil habitantes e encontrou, no endereço fornecido pelo sindicato ao governo, um pequeno imóvel alugado de dois cômodos, sem placa de identificação, ao lado de um salão de beleza.

Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o País registra a abertura de um sindicato por dia. Sem fiscalização, a montagem das entidades virou um grande negócio em torno do imposto sindical - que movimenta R$ 2 bilhões por ano. No caso do Sintram, além de abocanhar um parte desse dinheiro, o sindicato fecha contratos com empresas agrícolas para fornecer mão de obra e retém 15% do dinheiro destinado ao pagamento dos trabalhadores prática considerada ilegal pelo Ministério Público do Trabalho.

A unidade de Montividiu, que recebeu os R$ 3,3 milhões do Ministério da Agricultura desde 2004 - sendo R$ 708 mil só no ano passado -, é alvo de um inquérito do Ministério Público pela suspeita de aliciamento de trabalhadores nordestinos, coação, condições precárias de trabalho e fraudes trabalhistas.

Segundo o Ministério da Agricultura, o pagamento ao Sintram foi feito por conta do serviço de carga e descarga de caminhões prestado para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "O sindicato venceu um processo licitatório realizado", disse o superintendente-substituto da Conab em Goiás, Emil José Ferreira. Procurado, o presidente do Sintram, Djalma Domingos dos Santos, afirmou: "Não tenho nada a dizer. É problema seu." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Levantamento publicado no último domingo pela reportagem de o Estado de S. Paulo mostra que abrir uma entidade sindical se tornou um negócio lucrativo no Brasil. O País registra pelo menos um novo sindicato por dia.

Leia outras notícias sobre sindicatos

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCorrupçãoDados de BrasilEscândalosFraudesGovernoSindicatos

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor