Economia

União Europeia aprova linha de crédito para Bulgária

Comissão Europeia aprovou pedido da Bulgária de abrir linha de crédito de 3,3 bilhões de levas (1,7 bilhão de euros) para blindar o setor bancário

Fila em banco na Bulgária: governo e UE tentavam conter o pânico de correntistas (Nikolay Doychinov/AFP)

Fila em banco na Bulgária: governo e UE tentavam conter o pânico de correntistas (Nikolay Doychinov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 09h30.

Sófia - O governo da Bulgária e a União Europeia (UE) tentavam acalmar nesta segunda-feira o pânico de correntistas, que sacam suas economias dos bancos no país submetido a "ataques especulativos", em meio a uma grave crise política.

A Comissão Europeia (Executivo da UE) aprovou o pedido do governo búlgaro de abrir uma linha de crédito de 3,3 bilhões de levas (1,7 bilhão de euros) para blindar o setor bancário.

"Esta é uma linha de crédito para o setor bancário búlgaro, que será uma ajuda estatal para responder aos ataques de caráter especulativo da semana passada", afirma a Comissão em um comunicado divulgado em Sofia.

O presidente búlgaro, Rosen Plevneliev, se viu obrigado no domingo a desmentir os boatos de um iminente colapso bancário, que na sexta-feira levaram os clientes do First Investment Bank (FIB), o terceiro maior banco do país, a retirar o dinheiro de seus depósitos.

Seis pessoas foram detidas no fim de semana "por divulgação de informações falsas", anunciou a Agência de Segurança Nacional.

"Não há crise do setor bancário. É uma crise de confiança e um ataque criminoso", disse Plevneliev.

Nesta segunda-feira voltaram a ser registradas filas diante das agências do FIB, mas menores que as de sexta-feira, quando os saques efetuados apenas durante a manhã alcançaram o equivalente a 400 milhões de euros.

No dia 20 de junho já havia acontecido uma corrida aos bancos, depois que parte da imprensa noticiou as dificuldades do CCB, o quarto maior banco do país, que suspendeu os pagamentos em 21 de junho.

Os búlgaros ainda recordam a hiperinflação de 1996-97, que provocou a falência de 14 bancos.

Para piorar a situação, o pequeno país dos Bálcãs, o mais pobre entre os 28 da UE, atravessa um período de forte instabilidade política.

O governo minoritário de "tecnocratas", respaldado pelos socialistas, no poder desde fevereiro de 2013, se viu obrigado a convocar eleições legislativas antecipadas para o dia 5 de outubro.

As pesquisas apontam o retorno ao poder do ex-primeiro-ministro conservador Boiko Borisov, que renunciou no ano passado ao cargo, após uma onda de manifestações contra a pobreza e a corrupção.

"O problema dos bancos não poderá ser resolvido sem uma solução da crise política", afirmou o economista Krasimir Angarski.

O sistema aprovado por Bruxelas "fornece a liquidez proporcional e necessária para enfrentar acontecimentos externos, sem vínculo com os bancos", destacou a Comissão Europeia.

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