Brexit: "O Reino Unido manterá durante este período de transição todas as vantagens" (Dan Kitwood/Getty Images)
EFE
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 11h10.
Bruxelas - O negociador-chefe da União Europeia (UE) para o "Brexit", Michel Barnier, afirmou nesta quarta-feira que o período de transição solicitado pelo Reino Unido uma vez que abandone o bloco comunitário em 2019 deve concluir em 31 de dezembro de 2020.
"Do nosso ponto de vista, e é o ponto de vista da Comissão Europeia, o término lógico deste período deveria ser 31 de dezembro de 2020, que é quando termina o marco financeiro plurianual", afirmou o político francês durante uma coletiva imprensa na qual apresentou as recomendações do Executivo comunitário para a transição.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, já tinha pedido um período transitório de dois anos durante um discurso na cidade italiana de Florença em setembro, e os líderes dos países que permanecerão na UE decidiram negociar a proposta na cúpula da sexta-feira passada, quando também deram sinal verde ao início do segundo período das negociações sobre a futura relação.
Barnier ressaltou ainda que o período de transição deverá cumprir as diretrizes de negociação sobre a saída britânica aprovada em abril deste ano pelos chefes de Estado e de governo dos 27 países da UE.
O negociador também reiterou que, durante a transição, o Reino Unido deverá respeitar a integridade do Mercado Interior e da União Alfandegária, além de todas as regras adotadas no bloco comunitário durante esse prazo.
"O Reino Unido manterá durante este período de transição todas as vantagens, todos os benefícios, mas também todas as obrigações do Mercado Único, da União Alfandegária e das políticas comuns", assegurou o negociador comunitário.
Barnier detalhou que o Conselho de Assuntos Gerais de 22 de janeiro deverá aprovar as recomendações apresentadas hoje pelo Executivo comunitário e, então, poderá começar a negociação sobre o período de transição, em conversas que devem terminar em março de 2018 e abrir passagem ao debate sobre a futura relação entre Londres e Bruxelas.
Sobre essa questão, o político reconheceu que dadas as "linhas vermelhas" formuladas pelo Reino Unido, a partir do terceiro mês do próximo ano se trabalhará em um acordo de livre-comércio, similar aos assinados com Canadá, Japão e Coréia do Sul.
Nesse sentido, ressaltou que, durante o período de transição, o Reino Unido poderá ter discussões "exploratórias" sobre futuros acordos de livre-comércio com outros países.