Bankia é uma das instituições espanholas que pedem dinheiro para recapitalização (Denis Doyle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2012 às 19h33.
Bruxelas - A Comissão Europeia considerou nesta quinta-feira que os números citados em diversos âmbitos sobre as possíveis necessidades de recapitalização dos bancos espanhóis são 'absurdos', e por isso pediu que seja aguardada uma avaliação independente encarregada pelo governo da Espanha.
'Que as necessidades sejam, como li hoje, de 40 bilhões, 80 bilhões de euros, me parece irresponsável, me soa absurdo', afirmou em entrevista coletiva o porta-voz de Assuntos Econômicos da Comissão, Amadeu Altafaj.
'Não há margem possível de 40 bilhões de euros, isso não é sério', ressaltou.
O porta-voz declarou ainda que é preciso primeiro fazer uma 'avaliação das verdadeiras necessidades' (o que já está a cargo de duas entidades a pedido do governo espanhol) para 'dissipar as dúvidas sobre o setor bancário e, a partir daí, ver quais são as fontes de financiamento pertinentes'.
Altafaj insistiu que um hipotético resgate dos bancos espanhóis através dos fundos da zona do euro deveria ser 'canalizado através do Estado', o que representa que não haveria pagamentos diretos às entidades.
O porta-voz ressaltou que 'Bruxelas e Madri não estão negociando um resgate', porque a Comissão Europeia espera que chegue, da Espanha, o resultado da avaliação que vai esclarecer o estado de saúde e as fragilidades do sistema bancário espanhol.
'Assim que tivermos isso claro, serão estudados os mecanismos necessários, primeiro com fundos espanhóis, e se não forem suficientes, existem mecanismos europeus, e o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) permite a concessão de empréstimos para realizar essas recapitalizações', disse.
Perguntado sobre a possibilidade de uma injeção do FEEF diretamente ao Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) espanhol, Altafaj afirmou que as regras do fundo europeu dizem claramente que qualquer ajuda através de empréstimos da União Europeia tem que ser passada ao Estado, e que 'não há ajudas diretas aos bancos'.
'As regras dizem claramente que as ajudas são canalizadas através do Estado, depois o que o Estado fizer em termos de procedimento para que cheguem aos bancos é uma decisão que deve ser tomada em Madri', insistiu.
Altafaj também pediu à Espanha que seja 'muito pragmática' e utilize as regras que existem atualmente.
'Bancos não são recuperados pelo prazer de ajudar banqueiros ou acionistas de bancos. Isso acontece como último recurso quando o preço de não fazê-lo é muito elevado para a sociedade', disse.