Economia

UE reduz previsão de crescimento e aponta risco de "Brexit"

A Comissão projeta um avanço do PIB da Eurozona de 1,6% e 1,7% em 2016 e 2017, respectivamente, um décimo a menos que o registrado na estimativa de fevereiro


	União Europeia: "A recuperação econômica continua, mas o contexto mundial é menos favorável"
 (Francois Lenoir / Reuters)

União Europeia: "A recuperação econômica continua, mas o contexto mundial é menos favorável" (Francois Lenoir / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2016 às 08h59.

O crescimento na zona do euro se vê ameaçado por "riscos externos" como a desaceleração da China e por fatores internos como o 'Brexit', afirma a Comissão Europeia, que reduziu a previsão de aumento do PIB para 2016 e 2017.

Nas previsões econômicas de primavera (hemisfério norte), publicadas nesta terça-feira, a Comissão projeta um avanço do PIB da Eurozona de 1,6% e 1,7% em 2016 e 2017, respectivamente, um décimo a menos que o registrado na estimativa de fevereiro.

"A recuperação econômica continua, mas o contexto mundial é menos favorável", disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão.

De acordo com as previsões, o crescimento econômico permanecerá "globalmente estável" na maioria dos membros do bloco, mas na zona do euro "continuará sendo desigual", de acordo com o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

Mas predomina uma "grande incerteza" sobre as previsões pelos riscos externos, como a "desaceleração do crescimento nos mercados emergentes, em particular a China", que pode ter "repercussões ou uma amplitude mais forte que o previsto".

A incerteza geopolítica "continua elevada", com uma ameaça mais grave que o previsto nas economias europeias.

"Mas também há riscos vinculados à evolução da situação interna da UE que são consideráveis", em especial a "incerteza do referendo (de 23 de junho) sobre a permanência da Grã-Bretanha na União".

Os preços baixos da energia devem continuar pesando sobre a inflação, afirma a Comissão. No restante de 2016, "a inflação permanecerá próxima de zero", o que vai contrair o índice a apenas 0,2%, muito longe da meta de manter a evolução próxima, mas inferior, a 2%.

"A progressão dos preços deveria ser mais marcante no segundo semestre, dado que os preços da energia aumentam progressivamente e que os preços internos se recuperam pelo efeito da demanda interna", destaca o Executivo comunitário, que calcula para 2017 uma inflação de 1,4%.

A respeito do desemprego, as previsões apontam que deve ficar abaixo da barreira de 10% em 2017, quando alcançará 9,9%. Para este ano, a Comissão prevê um desemprego de 10,3% (em fevereiro as estimativas eram de 10,5% em 2016 e 10,2% em 2017).

"Nossas perspectivas de crescimento dependerão cada vez mais das possibilidades que criamos para nós mesmos", disse Dombrovskis.

Para a Comissão, o "crescimento dependerá da demanda interna", já que as exportações da Eurozona continuarão caindo este ano e a balança comercial "será neutra em 2017".

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