O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy: "devemos trabalhar duramente para aliviar o impacto social da crise no Chipre", acrescentou. (Georges Gobet/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2013 às 11h37.
Bruxelas - A União Europeia (UE) convocou nesta segunda-feira o Chipre a colocar em prática "o quanto antes" o acordo de resgate que prevê uma reestruturação bancária gigantesca na ilha mediterrânea, divulgou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
"Todas as partes devem agora assegurar a colocação em andamento do acordo o quanto antes", destacou Van Rompuy em um comunicado. O acordo foi alcançado na madrugada desta segunda-feira após cansativas reuniões entre as autoridades cipriotas e europeias.
"Devemos trabalhar duramente para aliviar o impacto social da crise no Chipre", acrescentou.
Após mais de dez horas de negociações, as autoridades cipriotas e os líderes europeus alcançaram um acordo que envolverá uma reestruturação completa do hipertrofiado setor financeiro da ilha mediterrânea. Em troca, a UE e o FMI desembolsarão 10 bilhões de euros para evitar que o país declare um default soberano.
A Rússia, por sua vez, anunciou que estudará as consequências para seus interesses do plano de ajuda ao Chipre, que levará a uma grande taxação sobre os depósitos dos dois principais bancos da ilha, indicou o primeiro-ministro Dimitri Medvedev.
"Devemos analisar onde esta história levará e quais serão as consequências para o sistema financeiro e monetário internacional, assim como para nossos interesses", declarou Medvedev, citado pelas agências.
"Continua-se roubando o dinheiro roubado", indicou, ironizando sobre as intenções europeias de que os depósitos russos nesta ilha, com uma controversa reputação bancária, também contribuam no plano de ajuda ao Chipre.
Esta é a primeira reação de Moscou ao plano anunciado na madrugada desta segunda-feira após a reunião em Bruxelas.
As autoridades russas já haviam expressado sua desaprovação na semana passada após um primeiro acordo elaborado sem consultas com Moscou, que previa um imposto sobre os depósitos bancários, qualquer que fosse seu montante.