Siderúrgica: tarifas impostas variam entre 18,4% e 22,5% e se aplicam aos chamados vergalhões (Timothy Fadek/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2016 às 12h15.
Bruxelas - A União Europeia impôs nesta sexta-feira tarifas antidumping contra certos tipos de aço importados pela China, em mais um passo do bloco para proteger as siderúrgicas europeias, que enfrentam um cenário de excesso de capacidade.
As tarifas impostas variam entre 18,4% e 22,5% e se aplicam aos chamados vergalhões, produtos de aço usados para reforçar o concreto.
Companhias europeias entraram nos últimos anos com várias queixas formais, segundo as quais os concorrentes chineses exportam produtos de aço para o continente a preços excessivamente baixos.
A UE realizou uma investigação e no fim de janeiro impôs tarifas antidumping mais baixas, provisórias, que agora devem ser substituídas pelas definitivas.
Pelas regras da Organização Mundial de Comércio (OMC), a UE pode impor tarifas antidumping contra produtos de países de fora do bloco, caso uma investigação demonstre que esses produtos entram na UE com preços abaixo do valor justo de mercado e causam problemas para a indústria local.
O Ministério do Comércio da China disse que a decisão da UE "não era razoável" e que se tratava de uma discriminação contra os produtos chineses. "Em sua essência, esta ação é um obstáculo artificial, uma exclusão de produtos chineses, um protecionismo injusto para a indústria da UE", afirmou o ministério em comunicado em seu site.
A decisão é tomada em meio a uma investigação em andamento sobre práticas comerciais injustas de siderúrgicas chinesas, após a associação europeia do aço, Eurofer, entrar com uma queixa formal sobre o assunto. A Eurofer representa mais de 25% da produção total de vergalhões da UE e comemorou a decisão.
Atualmente, a UE tem 37 medidas antidumping e contra subsídios em vigor no setor de aço, sendo que 15 delas são relativas à China.
Empresas europeias dizem que as políticas industriais chinesas permitem que os produtores locais coloquem mais produtos à venda que o mercado doméstico pode consumir.
O resultado tem sido uma série de produtos baratos enviados para a Europa, os EUA e outros mercados desenvolvidos.
A China, maior produtora mundial de aço, dobrou suas exportações para a UE ao longo dos últimos dois anos, enquanto a demanda do bloco no mesmo período recuou para níveis vistos antes da crise financeira de 2008. Os preços de produção de aço da UE caíram cerca de 40% ao longo dos últimos dois anos. Fonte: Dow Jones Newswires.