Euro: "Após anos de recuperação gradual e moderada, e Europa finalmente conhece uma expansão sólida e sustentável" (Philippe Huguen/AFP)
AFP
Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 16h42.
A economia da zona do euro crescerá 2,3% em 2018, e 2%, em 2019 - anunciou a Comissão Europeia em suas previsões de inverno, nesta quarta-feira (7), nas quais revisou para cima sua projeção para os 19 países da zona do euro.
"Após anos de recuperação gradual e moderada, e Europa finalmente conhece uma expansão sólida e sustentável", disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Mocovici, destacando que "2017 foi o melhor em dez anos".
A revisão para cima - dos anteriores 2,1% para o ano vigente e 1,9% para 2019 estimado em novembro passado - se deve à expansão do Produto Interno Bruto (PIB) registrada em 2017, de 2,4%.
Contudo, o crescimento não alcançou os 3% de expansão de 2007, um ano antes da crise financeira global que desencadeou uma crise da dívida nos países do euro e levou-os a vários anos de recessão.
Bruxelas destacou ainda uma melhor conjuntura na Europa, onde "os mercados de trabalho continuam a evoluir e a confiança dos operadores econômicos é particularmente alta", em um contexto de recuperação econômica global maior do que o esperado.
Moscovici apontou, entretanto, para o elevado nível de desemprego na zona do euro, que, de acordo com a Eurostat, encerrou 2017 em 8,7% da população ativa.
Entre as quatro primeiras economias do euro, a Espanha registraria a maior expansão em 2018, a 2,6%. Apesar da crise política na Catalunha, Bruxelas revisa em um décimo para alta sua previsão de novembro.
O relatório, que prevê um crescimento de 3,1% na Espanha em 2017, considera que as consequências dos "recentes acontecimentos na Catalunha" foram "contidas", embora "os desenvolvimentos futuros possam ter um impacto" impossível de ser antecipado por enquanto.
Em 2019, o crescimento espanhol se situaria em 2,1%, mesmo percentual que o da Alemanha, a primeira economia da zona euro. A expansão alemã sofreria, assim, uma desaceleração de dois décimos nos 2,3% previstos pela Comissão para 2018.
Segunda economia do bloco, a França teria melhores resultados em relação ao estimado em novembro: 2% (+0,3) em 2018, e 1,8% (+0,2), um ano depois. A projeção para a Itália avançaria dois décimos este ano (1,5%) e no próximo (1,2%).
A revisão para cima do crescimento econômico representa uma boa notícia tanto para a Espanha, quanto para a França, os únicos dois países da zona do euro que não cumprem as normas europeias, porque têm déficit público superior a 3%.
Para o conjunto dos 28 países da União Europeia (UE), Bruxelas também anuncia uma revisão para alta, a 2,3% (+0,2) em 2018. Em 2019, quando está prevista a saída do Reino Unido da UE, a expansão seria de 2% (+0,1), se levarem em conta os britânicos.
Sem o Reino Unido, que atualmente negocia as condições de sua saída e a futura relação com o bloco europeu, o crescimento do resto dos 27 sócios de Londres seria, ao todo, de 2,1% em 2019.
A economia britânica cresceria 1,4% neste ano e 1,1% em 2019, embora Bruxelas alerte que essa projeção para o ano do Brexit é uma "hipótese meramente técnica", baseada na "manutenção das relações comerciais" atuais entre Reino Unido e UE.
Já a inflação deveria ficar longe do objetivo de perto de 2% do Banco Central Europeu (BCE). Em 2018, ficaria em 1,5%, antes de avançar um décimo, a 1,6%, um ano depois.