Economia

Canadá promete responder às tarifas dos EUA sobre aço e alumínio

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirma que bloco europeu agirá para proteger seus interesses econômicos; Primeiro-ministro canadense descreveu a taxação como "inaceitável"

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Andrew Harnik/Getty Images)

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Agência o Globo
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Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 10h31.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2025 às 11h22.

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A União Europeia prometeu responder às tarifas de 25% que o presidente Donald Trump decidiu impor às importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos, aumentando uma possível disputa comercial com um dos aliados mais próximos de Washington. O Canadá também reagiu às novas tarifas de Trump.

"Lamento profundamente a decisão dos EUA de impor tarifas sobre as exportações europeias de aço e alumínio", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um comunicado emitido nesta terça-feira. “Tarifas injustificadas sobre a UE não ficarão sem resposta — elas desencadearão contramedidas firmes e proporcionais”.

As tarifas são consequência das reclamações de Trump de que a UE trata os Estados Unidos de forma “muito injusta”. Ele frequentemente cita o superávit comercial do bloco com os EUA como justificativa para medidas punitivas. As novas tarifas entrarão em vigor em 12 de março, segundo duas proclamações emitidas pela Casa Branca na noite de segunda-feira.

A UE preparou várias listas de produtos americanos que poderão ser alvos de tarifas retaliatórias caso Trump avance com as medidas, modelando diferentes cenários dependendo da abordagem inicial dos EUA, informou a Bloomberg anteriormente.

"A UE agirá para proteger seus interesses econômicos ", disse Ursula von der Leyen em seu comunicado. "Protegeremos nossos trabalhadores, empresas e consumidores."

Em um discurso nesta terça-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz afirmou que, se os EUA "não nos deixarem outra escolha, então a União Europeia reagirá como um só bloco. Como o maior mercado do mundo, com 450 milhões de cidadãos, temos força para isso."

Canadá também reage

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que o país buscará destacar o impacto negativo das tarifas dos Estados Unidos sobre aço e alumínio e que – se necessário – a resposta do Canadá será firme e clara. Trudeau descreveu essas tarifas como "inaceitáveis."

"Os canadenses se posicionarão com força e determinação, se for preciso", disse Trudeau, que participa da cúpula de inteligência artificial em Paris.

No início do mês, EUA suspenderam as tarifas alfandegárias impostas pelo presidente Donald Trump ao Canadá por 30 dias, após uma conversa de Trudeau e Trump por telefone. Decisão semelhante já havia sido anunciada por Trump em relação ao México.

Disputa de anos

Para a União Europeia, a disputa sobre as tarifas americanas sobre metais começou em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, quando os EUA impuseram taxas sobre quase US$ 7 bilhões em exportações europeias de aço e alumínio, citando preocupações com a segurança nacional. Na época, autoridades em Bruxelas ridicularizaram a ideia de que a UE representava tal ameaça.

O bloco de 27 nações retaliou atingindo empresas politicamente sensíveis com tarifas de retaliação, incluindo as motocicletas da Harley-Davidson e os jeans da Levi Strauss & Co.

As duas partes chegaram a uma trégua temporária em 2021, quando os Estados Unidos retiraram parcialmente suas medidas e introduziram um sistema de cotas tarifárias, aplicando taxas apenas acima de determinados volumes, enquanto a UE suspendeu todas as suas medidas restritivas.

Um funcionário do governo europeu afirmou que descongelar as tarifas impostas pelo bloco europeu aos EUA, após as medidas sobre o aço introduzidas por Trump em seu primeiro mandato – que deverão ser suspensas até o fim de março – seria uma ação rápida caso essa fosse a resposta da UE.

— Este é um caso flagrante de protecionismo e autossabotagem econômica — disse Ignacio Garcia Bercero, pesquisador não residente do think tank Bruegel e ex-negociador sênior da UE com os EUA. — A UE deve retaliar de forma inteligente e rápida para que os EUA entendam que suas ações têm consequências.

Como primeiro passo, segundo ele, a suspensão das medidas de retaliação já adotadas deveria ser revogada. Em seguida, a UE deveria iniciar uma consulta sobre uma nova lista de retaliação que leve em conta o impacto ampliado das novas medidas.

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