Economia

UE diz que propostas de acordo com Mercosul são insuficientes

A ministra afirmou que as eleições em diferentes países na América do Sul nos próximos meses pode influenciar nas negociações

A proposta sobre produtos comerciais não foi suficientemente definida, disse a ministra (Francois Lenoir/Reuters)

A proposta sobre produtos comerciais não foi suficientemente definida, disse a ministra (Francois Lenoir/Reuters)

E

EFE

Publicado em 4 de julho de 2018 às 15h22.

Viena - A Áustria, país que desde 1 de julho exerce a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, disse que as propostas comerciais relacionadas com as negociações de um acordo de associação com o Mercosul são insuficientes, e que a UE deve seguir negociando.

Sobre reunião que em 18 de julho ocorrerá em Bruxelas entre os ministros de Relações Exteriores da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai com a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, a titular de Finanças austríaca, Margarete Schramböck, disse nesta quarta-feira em entrevista coletiva que "é possível fazer muito mais" em termos de qualidade das propostas.

"A proposta sobre produtos comerciais, não só em agricultura, não foi suficientemente definida", disse a ministra, que acrescentou que a presidência europeia está disposta a apoiar o Executivo comunitário "para seguir negociando".

Fontes do Governo austríaco indicaram nesse contexto que os avanços "levarão um tempo" e que não acreditam que seja possível fechar o acordo daqui até o final do ano.

A ministra considerou, além disso, que a realização de eleições em diferentes países sul-americanos nos próximos meses pode influenciar nas negociações.

Além disso, disse que o acordo entre a UE e o Mercosul deve implicar em "uma vantagem para a agricultura e o comércio" e insistiu que a qualidade do pacto é "uma alta prioridade".

Os ministros de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai se reunirão em 18 de julho na capital belga com Malmström com o comissário europeu de Agricultura, Phil Hogan, para avançar no acordo de comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

O bloco sul-americano comparecerá a este encontro com a intenção de alcançar "uma conclusão neste semestre, neste mês se for possível", segundo disse na terça-feira o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga.

A Comissão Europeia publicou em 22 de junho um relatório sobre a última rodada de negociações sobre comércio no acordo MERCOSUL-UE, no que reconhecia que as indicações geográficas protegidas se mantêm como um dos obstáculos.

A UE e o Mercosul, que negociam um acordo de associação desde o ano 2000, ainda não atingiram um consenso em capítulos como as indicações geográficas, a indústria automobilística e o acesso aos mercados de produtos como a carne bovina, o açúcar e os produtos lácteos.

Acompanhe tudo sobre:MercosulUnião Europeia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto