Economia

UE discutirá políticas fiscais de Google, Apple e Amazon

Líderes vão discutir como combater a agressiva evasão fiscal por grandes empresas e cortar a estimativa de cerca de € 1 trilhão por ano que perde


	Loja da Apple em Paris: França e Grã-Bretanha têm se preocupado cada vez mais com a escala dos esquemas fiscais legais
 (Charles Platiau/Reuters)

Loja da Apple em Paris: França e Grã-Bretanha têm se preocupado cada vez mais com a escala dos esquemas fiscais legais (Charles Platiau/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2013 às 11h34.

Bruxelas - Os líderes europeus vão discutir como combater a agressiva evasão fiscal por grandes empresas como Amazon, Google e Apple em uma cúpula na quarta-feira, e cortar a estimativa de cerca de 1 trilhão de euros por ano que a UE perde para fraude ou evasão fiscal.

A cúpula de quatro horas foi originalmente chamada para discutir políticas de energia, mas as investigações na Grã-Bretanha, França e Estados Unidos expondo quão pouco imposto grandes empresas internacionais estavam pagando, ao estruturar cuidadosamente as suas operações na Europa, forçou que a questão fosse colocada no topo da agenda.

França e Grã-Bretanha em particular, têm se preocupado cada vez mais com a escala dos esquemas fiscais legais, com uma investigação dos EUA revelando na segunda-feira que a Apple tinha pago apenas 2 por cento de impostos sobre uma receita de 74 bilhões no exterior, em grande parte, explorando uma brecha no código fiscal da Irlanda.

Esta se seguiu de informações de que a unidade britânica da Amazon pagou apenas 3,7 milhões de dólares de impostos em 2012 sobre vendas de 6,5 bilhões de dólares, e revelações similares relacionadas às operações do Google e Starbucks no Reino Unido.

Ao todo, as autoridades estimam que os governos da UE perdem cerca de 1 trilhão de euros (1,3 trilhão de dólares) por ano, por meio de técnicas de evasão fiscal legais utilizadas por essas empresas e evasão fiscal ilegal.

"Muito dessas receitas (da economia digital) não estão sendo tributadas", disse um diplomata francês a repórteres em Paris, antes da cúpula. "Precisamos encontrar uma maneira de trazer para casa o imposto sobre essas atividades." Um esboço de declaração da cúpula, que é previamente acordado, mas pode ser mudado, estabelece nove propostas para o fortalecimento e coordenação de políticas fiscais, incluindo o combate a esquemas de evasão fiscal e o processo de encaminhamento de lucros para o exterior.

"O trabalho será levado adiante no que diz respeito às recomendações da Comissão sobre planejamento fiscal agressivo e movimentação dos lucros", declarou um esboço visto pela Reuters.

Embora haja comum acordo entre os líderes da UE, de que ações precisam ser tomadas para fechar as brechas e nivelar o campo de jogo sobre política fiscal, pouco tem sido feito sobre as questões, apesar do constante lobby da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) e outras organizações internacionais.

Acompanhe tudo sobre:AmazonAppleComércioEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaEuropaGoogleImpostosLeãolojas-onlineTecnologia da informaçãoUnião Europeia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto