Bandeiras da Grécia: país teve um "superávit de 1,5 bilhão de euros, o que representa 0,8% de seu PIB em 2013", destacou o porta-voz da Comissão Europeia (Yorgos Karahalis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2014 às 09h05.
Bruxelas - A Comissão Europeia constatou nesta quarta-feira que a Grécia fechou 2013 com um superávit primário de 0,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB), após descontar o impacto que tiveram elementos como o pagamento de juros de seu déficit geral, que atingiu 12,7%.
O país teve um "superávit de 1,5 bilhão de euros, o que representa 0,8% de seu PIB em 2013", destacou o porta-voz da Comissão Europeia de Assuntos Econômicos e Monetários, Simon O'Connor, na entrevista coletiva diária da instituição.
O'Connor disse que este superávit se ajusta ao acordo estipulado pela Grécia com os credores internacionais e seus sócios europeus de acordo com o programa de ajustes econômicos que o país assumiu em troca de um segundo resgate financeiro.
O superávit primário é uma das condições estabelecidas em 2012 pelos ministros europeus para considerar mais medidas e assistência ao país, destinadas a reduzir a alta dívida grega.
Em 2013, a dívida grega representou 175,1% do PIB, segundo os dados divulgados hoje pelo Eurostat. Apesar disso, O'Connor afirmou que a situação é "sustentável".
O porta-voz explicou que por enquanto está mantido o calendário previsto para discussões sobre um maior apoio à Grécia na segunda metade do ano, como antecipou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.
Inicialmente, a Comissão Europeia espera que as conversas comecem no meio do ano e prossigam ao longo do segundo semestre.
O porta-voz comunitário afirmou que a Comissão, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, em cooperação com o governo grego, chegaram a este cálculo sobre a base dos dados publicados hoje pelo escritório de estatística comunitária, o Eurostat.
Segundo o Eurostat, o déficit geral grego se situou em 2013 em 12,7%, do qual se descontaram a despesa assumida por Atenas no pagamento de juros, que chegou a 4% do PIB, segundo O'Connor.
Também se excluíram "vários elementos específicos para refletir melhor a posição estrutural fiscal subjacente, que em 2013 significaram 9,5% do PIB, principalmente devido aos custos de apoiar o setor bancário, que representou 8% do PIB", explicou o porta-voz.
Além disso, descontaram-se as transferências dos Estados-membros para a Grécia que correspondem aos lucros dos bônus gregos em mãos de bancos centrais do eurosistema, que somaram 1,5% do PIB.
"Isto nos leva a um superávit primário de 0,8% do PIB, o que está muito melhor do que a meta fixada para 2013, que era um orçamento primário equilibrado, e isto é um reflexo dos progressos notáveis da Grécia feitos no saneamento de suas finanças públicas desde 2010", disse O'Connor.